Houve um esforço por parte da Fox em realizar esta fita de ação e fantasia, mantendo uma censura livre, permitindo o acesso as crianças e as famÃlias. Não sei dizer se afetou a realização (o mesmo diretor Story voltou ao posto), porque o filme ficou com cara de episódio de uma série de TV, com impacto por vezes inferior ao da série de teve Heroes. Muito curto, básico, com efeitos pouco impressionantes e ênfase em comédia (assim, todos os super heróis usam seus poderes para momentos leves, como os braços elásticos sendo aproveitados numa dança de discoteca e Sue Tempestade (Storm) ficando novamente nua na rua – mas nada se vê da bela mulata Jessica Alba).
Gostei do primeiro filme justamente por sua despretensão. Era apenas uma aventura divertida e fácil de ver. A segunda segue a mesma linha. Os quatro heróis agora tem que enfrentar um oficial militar mal humorado e disposto a traÃ-los (Braugher) e sucede o óbvio do retorno do vilão tradicional Victor Von Doom. Mas antes disso surge a figura maior desta continuação que é o Surfista Prateado (o fã de cinema o conhece porque era o personagem favorito de Richard Gere em A Força de um Amor/ Breathless). Só que ele parece mais um logotipo para marca de carro ou programa de esporte na TV.
Vindo do espaço e consumindo a energia das pessoas e dos mundos (que ficam destruÃdos depois de sua passagem) na verdade ele foi chamado (adivinhem por quem?). Ele foi criado digitalmente usando-se um ator como modelo e voz de Fishburne. Mas isso não lhe dá muita personalidade ou presença. Fora uma perseguição nas ruas (vista no trailer), o resto cai na banalidade. O pior é que isso sucede também com os protagonistas, como O Coisa /Ben Grimm ou Johnny Storm /Tocha Humana/ Mr Fantastic, que pouco tem a fazer e viram meros coadjuvantes. Toda a trama parece se resumir nos problemas para realizar o casamento do Doutor com a Mulher InvisÃvel. Nos intervalos que lhe sobram enquanto não estão salvando o mundo (lembrando um pouco as crises de Os IncrÃveis).
Ao menos foge dos heróis torturados e situações metidas a besta. É pura aventura, com alguns momentos complicados (a historia do Surfista e sua origem e problemas fica difÃcil de entender), pontinha do criador Stan Lee sendo barrado numa festa mas basicamente é para ver, passar o tempo e esquecer.
Ps. Desta vez deixam Nova York em paz preferindo destruir Londres, a Roda Gigante e Rio Tamisa e A Muralha da China. (Rubens Ewald Filho na coluna Clássicos de 02 de julho de 2007)