Crítica sobre o filme "8 Mulheres":

Eron Duarte Fagundes
8 Mulheres Por Eron Duarte Fagundes
| Data: 30/09/2007

8 mulheres foi o maior sucesso comercial do cineasta francês François Ozon; extraído duma peça teatral igualmente de sucesso de público, este é certamente o menos feliz e rigoroso dos trabalhos do realizador, que, se não está entre os grandes de seu país, ao menos tem feito algumas narrativas que fogem ao habitual. Não é o caso de 8 mulheres, que se rende facilmente à facilidades de ver no cinema.

Ozon resolve bem os problemas duma linguagem cinematográfica mais ligada ao teatro, especialmente graças ao maravilhoso octeto de atrizes, um passeio divertido por várias gerações de intérpretes francesas, da provecta Danielle Darrieux à juventude de Ludivine Sagnier, passando pelas sempre notáveis Fanny Ardant e Catherine Deneuve e incluindo a precisa Isabelle Hupert.

O problema central do filme é que o roteiro é uma monumental besteira. As passagens de diversas personagens femininas pela ótica do assassinato dum patriarca vai produzir um filme artificial e superficial em sua visão do mundo das mulheres. Cuido que Ozon poderia ver mais vezes filmes de Billy Wilder, essencialmente Testemunha de Acusação (1958), para encenar divertimentos como o que ele pretendeu fazer em 8 mulheres. (Eron Fagundes)