| Data: 24/10/2007

Sabe um daqueles filmes que você vê o título e pensa: será que presta? Sim e muito! É um filme sensível, que surpreende a quem não o conhece. Quem gosta de Adam Sandler, o comediante, vai talvez torcer um pouco o nariz, pois não é um “besteirol� como os que ele costuma fazer (em vários casos, bons). Ele tem um papel “sério�, mostra uma faceta surpreendente em um papel mais dramático (só implico com o seu visual: seu corte de cabelo, sei lá, lembra muito Bob Dylan...), o de um personagem difícil, que poderia cair no caricato, o que não ocorre. Seu principal parceiro, Don Cheadle, também surpreende aos que não o conhecem (ele fez papéis coadjuvantes em Onze Homens e Um Segredo - suas continuações-, Crash – No Limite e fez um papel que lhe rendeu uma indicação ao Oscar® em Hotel Ruanda, mas tem uma longa carreira), sensível e dedicado ao personagekm.

A trama é bem realizada, com um roteiro que por vezes nos faz sorrir com algum humor-negro, mas que nos remete a indagações importantes, como traumas, felicidade, relacionamentos e suas acomodações, o que fazer com a própria vida para ser feliz e “livre�. Um sincero e importante filme sobre um pós-trauma de um acontecimento que afetou a todos: o atentado de 11 de setembro, seus reflexos e até hipocrisias (talvez o que aborde melhor o tema). Mas não é necessário ir tão longe, pois estes traumas podem advir de fatos menores, mais corriqueiros, tão marcantes quanto, pelo menos pra os que os atravessam.

Sem ser piegas, o filme chega a emocionar em certo ponto, tocando firmemente na alma. Bem dirigido, o filme cumpre o seu papel: o de tocar nos sentimentos, sem pretensões. Com simplicidade, como a vida deve ser. Destaque também para as participações de Liv Tyler e Donald Sutherland e para a trilha sonora. Um belo pequeno grande filme, a ser descoberto.