Por Eron Duarte Fagundes
| Data: 25/10/2007
O diretor de cinema austrÃaco Ernst Marischka rodou seu O imperador e a padeira (Die Deutschmeister; 1957) quase contemporaneamente à sua famigerada Trilogia da Sissi (1955-1957). E no centro destas realizações de meados dos anos 50 duas atrizes básicas, a jovem e exuberante Romy Schneider e sua mãe, igualmente uma intérprete notável, Magda Schneider.
Em O imperador e a padeira as Schneider vivem uma jovem sonhadora e sua tia que têm uma confeitaria que fornece pães ao imperador e sua corte: o pão real das padeiras. Como nos filmes da Sissi, Marischka utiliza um estilo de filmar que se poderia definir como marcial: uma plasticidade imperial rÃgida, uma construção narrativa acadêmica, um sentimentalismo vienense educado e melodramático, um colorido de imagem perfeitamente datado em sua concepção. Na verdade, Marischka faz um filme que pouco difere do gosto grandiloqüente da Hollywood daquela época: é como fazer a imagem roncar em tambores. Em Marischka não há nem o refinamento profundo de Max Ophüls, nem o engenho sarcástico de Billy Wilder, dois outros diretores naturais de Viena que sobrevivem melhor ao paladar do espectador mais exigente de hoje.
Tudo soa a um império ultrapassado em O imperador e a padeira. O filme só não aborrece inteiramente porque Romy e Magda são magnÃficas. E sempre sobra ao observador um olhar cômico para estas velharias. (Eron Fagundes)