Crítica sobre o filme "Hora do Rush 3":

Rubens Ewald Filho
Hora do Rush 3 Por Rubens Ewald Filho
| Data: 24/01/2007

Não chega a fugir da maldição do fim de trilogia. Certamente os dois filmes anteriores da série foram mais espetaculares, mas também mais exagerados, sem controle. Apesar de mais modesto, A Hora do Rush 3 é divertido, simpático, sem pretensão. Muito curto, representa hora e meia de agradável passatempo. Nada mais, nada menos.

É verdade que Jackie Chan envelheceu bastante (está com 53 anos) e se limita a duas grandes seqüências de ação, uma logo no começo, quando sai correndo atrás do assassino que tentou matar o Embaixador da China, e outra na conclusão, a mais memorável, no alto da Torre Eiffel, quando enfrenta vários bandidos inclusive o principal, Kenji - que é como um irmão de criação - muito bem realizada, sempre com humor; é perfeitamente satisfatória. É curioso que Chris Tucker não tenha feito outro filme desde A Hora do Rush (1998) e Rush 2 (2001), tendo se dedicado a trabalhos de caridade na África. Talvez por isso esteja meio esquecido, assim como seu estranho tipo de humor (ele tem uma voz muito fina). Mas a dupla ainda funciona. O melhor são as cenas que não deram certo, que aparecem nos letreiros finais.

Desta vez, há três figuras femininas, nenhuma delas memorável, e aparições de astros famosos (o sueco Max Von Sydow como embaixador, que obviamente tem um segredo, e o polonês Roman Polanski fazendo um chefe de polícia francês). A história é pretexto para as correrias e brincadeiras, sobre a descoberta de uma lista secreta, que traz os nomes de todos os chefes das tríades chinesas, os mais poderosos gangsteres do mundo, segundo o filme. Mas a melhor sacada é inventar um chofer de táxi parisiense (o astro local Yvan Attal), que odeia americanos, mas que no fim, deseja ser como eles (“porque americano pode matar qualquer um sem problemas”, uma das várias tiradas críticas ao “american way of life”). Tem até uma espécie de número musical (num cabaret bem francês), e um final também com jeitão de musical. (Rubens Ewald Filho na coluna Clássicos de 5 de outubro de 2007)