Residente Evil 3 — a extinção (Residente Evil: extinction; 2007), de Russell Mulcaly, é a versão cinematográfica de um jogo da moda entre os adolescentes, já em sua terceira seqüência fÃlmica. É uma coleção de imagens de ação desenfreada que se torna difÃcil acompanhar para quem não é jogador do aludido play; os diálogos são escassos, não há pistas das motivações das personagens em cena, só sabemos que uma guerreira vivida pela bela Mila Jovovich enfrenta um batalhão de diabólicos zumbis ajudada desesperadamente por seus amigos que não têm a mesma força dela. Segundo observação de um espectador que é especialista no jogo e assistiu aos outros dois filmes da série, o Guilherme Duarte Fagundes, a excessiva ação pela ação e a ausência de uma dialogação que explique a história acaba gerando a metragem reduzida desta superprodução, pouco mais de uma hora e meia.
O resultado, é claro, é precário. Não que se esperasse dos zumbis de Mulcally o nÃvel metafórico dos zumbis de George A. Romero. Nem que se esperasse que os aspectos desérticos e destruidores do mundo futurista encenado pudesse levar o realizador a qualquer reflexão mais aguda sobre o futuro da humanidade. A proposta vai ser sempre um divertimento fÃlmico. Porém, as abreviações narrativas e o uso de constantes elipses que privilegia ação-sem-parar afasta também seu público alvo; curiosamente, em embargo de toda a ação, há uma certa contemplatividade de filmar que se estabelece desde aquelas imagens iniciais da bela mulher, que começa nua e depois vai ser triturada pelos malévolos iniciais da história. (eron Fagundes)