Crítica sobre o filme "Assassinato de Jesse James...":

Rubens Ewald Filho
Assassinato de Jesse James... Por Rubens Ewald Filho
| Data: 06/03/2008

Fala-se muito na possibilidade de Brad Pitt ficar entre os finalistas do Oscar® de Ator deste ano, até porque ele ganhou o prêmio do Festival de Veneza por este filme. Além disso, ele e Angelina Jolie estão no auge da popularidade, como benfeitores da humanidade. Mas não é uma grande interpretação. Para viver o famoso bandido Jesse James (1847-1882), já interpretado antes por astros como Tyrone Power, Robert Wagner, James Keach, Rob Lowe e Colin Farrell, Pitt procurou se enfear, amadurecer. Afinal, quando o encontramos, já está no final de sua carreia de assaltante, pensando em se aposentar.

É 5 de setembro de 1881, pouco antes de seu último assalto de trem. Os parceiros Younger estão presos, e os irmãos James têm que usar gente inexperiente, entre eles Bob Ford (Casey, irmão mais novo, e talentoso, de Ben Affleck), de 19 anos, que é irmão do veterano membro da quadrilha, Robert Ford (Sam Rockwell). É um relacionamento complicado, que o filme detalha nos mínimos detalhes (Já viu a metragem? Quase três horas!), sempre num ritmo lento, majestoso. É quase um réquiem para um gênero agonizante, de que o público esqueceu.

Uma fotografia muito bonita não chega a compensar uma narrativa penosa para o espectador, comandada pelo diretor neo-zelandês Andrews Dominik (cujo filme anterior foi o muito violento ‘Chopper‘, com Eric Bana). Mesmo quando Jesse morre, o filme ainda prossegue por muitos minutos, relatando o irônico desenlace final.

Tudo parece ser muito bem pesquisado, real, verossímil, mas sempre fui adepto da teoria de John Ford, de contar a lenda do Oeste, não a realidade.

Outra coisa: quem deveria ganhar prêmios é Affleck, sempre discreto e eficiente. (Rubens Ewald Filho na coluna Clássicos de 10 de dezembro de 2007)