Crítica sobre o filme "Ligeiramente Grávidos":

Edinho Pasquale
Ligeiramente Grávidos Por Edinho Pasquale
| Data: 01/03/2008
Apesar do título em Português ser bem discutível, enfrentei a possibilidade do filme ser ruim – levando em conta a sua premissa – e pensei: vamos ver o que a atriz Katherine Heigl, de Grey´s Anatomy é capaz de fazer no cinema. Afinal, digam o que disserem da série de televisão – um desfile de rostos bonitos com histórias um pouco juvenis sobre a vida ou demais críticas do gênero com as quais algumas vezes concordo e em outras não -, Katherine Heigl faz um bom trabalho em Grey’s Anatomy. E sempre é bom ver como um ator conhecido por uma série de TV se sai em outros formatos, como o cinema.

Ligeiramente Grávidos trata de maneira divertida - ou ao menos tenta - uma das principais neuroses de muitas mulheres jovens: ficar grávida depois de sair com um cara que não tem nada a ver com você. E mais: ficar grávida - ou pegar alguma DST - depois de uma noite de “descuido†com alguém praticamente desconhecido. Ok, a história é boba, mas até que dá para dar uma ou outra risada aqui e ali. Mas, no geral, o filme é bem fraquinho, cheio de clichês - ainda mais que eu já tinha assistido há pouco Superbad e, inevitavelmente é impossível não pensar o tempo todo no grupo de “loosers†desse outro filme.

Bem, a idéia de Superbad vem a mente até porque várias pessoas do elenco deste filme estão também em Ligeiramente Grávidos. Além disso, o diretor e roteirista de Ligeiramente Grávidos, Judd Apatow, é um dos produtores de Superbad. Assim muita coisa se explica... Ainda assim, acho Superbad melhor que Ligeiramente Grávidos. Ao menos é mais escatológico, mais absurdo. Porque Ligeiramente Grávidos é muito repetitivo, muito óbvio. Vale um pouco por Katherine Heigl, mas só um pouco, porque ela aqui faz muitas caras e bocas da personagem de Grey´s Anatomy. Aliás, ela está melhor na série do que no filme.

Para resumir, Ligeiramente Grávidos é um filme esperançoso para todos os caras barrigudinhos e que fogem do estereótipo das “capas de revistas†de que é possível, em uma noite em um bar, se dar muito bem e, com uma gravidez inesperada, mudar de vida radicalmente. O filme tem algumas cenas realmente engraçadas, mas são poucas. Achei, no geral, todas as sequências de Ben com seus amigos surreais – porque para mim é incrível que ainda existam tantas pessoas “foras da casinha†como este grupo. No fundo o filme tenta mostrar como uma gravidez pode mudar a vida das pessoas para o bem, mas acho a idéia perigosa. Afinal, por que as pessoas não são capazes de fazer o mesmo sem colocar a vida de uma nova pessoa em risco? Se você não tiver mais nenhum outro filme melhor para ver ou nada de melhor para fazer, este filme pode ser indicado como passatempo. (Alessandra Ogeda – confira mais detalhes no blog Crítica (non)sense da 7Arte)