Crítica sobre o DVD "Sony Pictures - 291 Min." do filme "Resident Evil: The High Definition Trilogy (BLU-RAY - EUA)":

Jorge Saldanha
Resident Evil: The High Definition Trilogy (BLU-RAY - EUA) Por Jorge Saldanha
| Data: 23/03/2008
Este box, lançado até o momento apenas nos EUA, reúne os discos Blu-ray individuais de cada filme da trilogia. Destes, Resident Evil 2: Apocalipse é o mais antigo, tendo sido um dos primeiros lançamentos da Sony no formato, em 2007. Além disso, é o único até o momento lançado no Brasil. Os demais saíram (individualmente e neste box) no início de 2008. Cada disco está em uma caixinha azul similar às dos BDs lançados no Brasil, apenas um pouco mais estreitas e com um fecho de segurança que dificulta sua abertura acidental. As três caixinhas estão embaladas em uma luva de cartolina metalizada. Tecnicamente os discos apresentam especificações diferentes:

Resident Evil: O Hóspede Maldito – Apesar de um orçamento baixo para os padrões de Hollywood, o filme tem cuidados de produção que lhe dão um atraente aspecto estilizado. O Blu-ray de dupla camada (50 Gb) utiliza uma transferência 1080p/AVC MPEG-4 com altíssima nitidez e detalhe, cores vívidas e níveis de preto profundos. Percebemos uma granulação natural que nunca se torna intrusiva (exceto deliberadamente no final), sendo uma característica visual da produção. A imagem do filme é excelente, inclusive melhor que a das duas continuações. Este foi o primeiro BD da Sony que avaliei com uma faixa de áudio Dolby TrueHD 5.1, que se caracteriza por um som alto, agressivo, com graves pesadíssimos e efeitos surround criativos e intensivos. A avaliação fica um pouco prejudicada a partir do início das grandes cenas de ação, quando os efeitos sonoros competem entre si numa espécie de caos auditivo. Não se preocupe se o seu receiver não decodificar Dolby TrueHD, se selecionada esta opção o som será reproduzido em Dolby Digital 5.1 standard que, para seus padrões, também é excelente. Aliás, este é também o primeiro BD que avalio que traz, entre suas opções de áudio, traz uma faixa Dolby Digital 5.1 em português - a mesma faixa utilizada no DVD. As legendas, brancas, também trazem a opção do português. Os menus, na navegação inicial ou se acessados durante a reprodução (quando se tornam flutuantes), são muito bem elaborados (no mesmo padrão de “Extinçãoâ€) e igualmente podem ser visualizados em português.

Resident Evil 2: Apocalipse – Como já referido acima, este foi o primeiro filme da trilogia a ser lançado em Blu-ray, e por esta razão traz algumas limitações típicas dos lançamentos pioneiros do formato. Para começar, os menus estão disponíveis apenas em inglês, e os extras não em legendas em nosso idioma. O BD é de camada simples (25 Gb), tendo sido utilizada uma transferência 1080p/MPEG-2 que não impressiona tanto quanto a do filme original, que usa o superior codec MPEG-4. A imagem não é tão nítida, tem um bom nível de detalhe mas sem igualar o de Resident Evil. Também há menor contraste e as cores, por vezes, parecem exageradas. Como resultado geral, temos um conjunto visual que agrada em alta definição, mas que não tem a profundidade e a dimensionalidade que notamos no título anterior. Também não temos aqui o áudio Dolby TrueHD, mas sim o PCM 5.1 não comprimido em inglês, que traz graves sólidos e ótima fidelidade nos efeitos sonoros, como nos disparos das armas. Os canais surround são usados agressivamente. O sound design não favorece os diálogos e a música nas partes mais movimentadas, já que eles por vezes sucumbem em meio às várias camadas de sons utilizados. Mesmo assim esta é uma faixa que agradará àqueles que gostam de fazer tremer as janelas com seu subwoofer. Também há uma faixa em inglês Dolby Digital 5.1 igualmente barulhenta, e como nos primeiros lançamentos em BD da Sony, não há dublagem em português. Mas as legendas, amarelas, podem ser selecionadas em nosso idioma. Este Blu-ray de “Apocalypse†é o único da trilogia que é apenas região A, mas isto não é problema já que ela inclui o Brasil e praticamente toda a América Latina, além de toda a América do Norte e parte da Ãsia.

Resident Evil 3: A Extinção – Sendo o filme mais recente da trilogia, seria de esperar que “Extinçãoâ€, em Blu-ray, tivesse a melhor qualidade de imagem. Em um BD de dupla camada (50 Gb), a transferência 1080p/AVC MPEG-4 é inegavelmente superior à MPEG-2 do segundo filme, mas não tão boa quanto a do primeiro. Talvez a culpa não seja exatamente das respectivas transfers, mas sim da concepção visual de cada filme. Aqui, a fotografia (digitalmente processada) tem uma aparência esbranquiçada, com um contraste exagerado para simular o árido clima do deserto. Como resultado temos uma imagem “chapadaâ€, com cores esmaecidas em tom amarelado e com nível de detalhe que se destaca mais nos closes que nas tomadas à distância. Nas cenas escuras às vezes percebemos uma granulação aceitável. Como o primeiro filme, ´Extinção†traz uma impressionante faixa em inglês Dolby TrueHD 5.1, incrivelmente alta e inegavelmente efetiva. Os graves são arrasadores, e os efeitos sonoros e surround nítidos e variados, criando uma ambientação tridimensional imersiva. Alie-se a isso a fidelidade cristalina de música e diálogos, e temos a melhor faixa de áudio da trilogia – que também está disponível em exemplar Dolby Digital 5.1, inclusive em português. Legendas e menus também estão disponíveis em português, sendo estes os melhores e os mais atraentes que já vi num Blu-ray, trazendo funcionalidades características destes novos DVDs de alta definição.