Crítica sobre o filme "Leões e Cordeiros":

Edinho Pasquale
Leões e Cordeiros Por Edinho Pasquale
| Data: 28/03/2008
Leões e Cordeiros segue o rastro de varios outros filmes que tratam sobre a Guerra do Iraque direta ou indiretamente e que foram lançados em 2007, como Redacted e In The Valley of Elah. Dirigido por Robert Redford, Leões e Cordeiros surpreende enquanto uma salada mista. Ele acaba se mostrando arrastado a maior parte do tempo e um pouco perdido em seu discurso - ainda que, depois que ele termine, você começa a juntar as peças. Ainda assim, ele incomoda um pouco com a escolha de um professor, uma jornalista e um político como “estandartes†do discurso, como figuras que inspiram e manipulam os demais “cordeiros†da sociedade.

Inicialmente o filme parece uma seqüência de discursos sem fim, em um confronto “indireto†entre o político interesseiro interpretado por Tom Cruise e o professor idealista de Robert Redford. Depois, se percebe que os soldados que estão prestes a morrer no território inimigo fazem parte de uma mesma rede de relações e são, sem querer, o elo entre os discursos tão diferentes do político e do professor. Ainda que o filme dirigido por Robert Redford vá se explicando conforme passa o tempo, os discursos que recheiam o tempo na tela acabam sendo cansativos.

As cenas dos soldados largados nas montanhas do Afeganistão acabam sendo muito confusas e, até um certo ponto, também muito longas. O diretor tenta “fazer render†a angústia daqueles soldados enquanto busca ampliar as suas histórias - ainda assim, amplia pouco - para tornar o restante do filme mais “humano†ou dramático mas, na verdade, não consegue muito esse resultado. Para mim, já era esperado o que ocorre com eles e achei desnecessário toda aquela prolongada em seus dramas e a “cena derradeira†deles.

Para mim a atriz Meryl Streep é a que consegue o melhor resultado entre os três “monstros†em cena - ou os três medalhões que figuram no cartaz e nos créditos principais do filme. Todo o jogo de cena que ela faz com o senador e a sua desilusão crescente com o seu trabalho e com o discurso que tentam lhe vender é o melhor do filme.

Mesmos com os seus problemas, considero que é importante ter filmes como Leões e Cordeiros, feitos por “medalhões†como estes que aparecem no elenco. Afinal, o filme pelo menos tocar em um tema importante como o da Guerra do Iraque e o da manipulação dos discursos sociais, ainda que o resultado tenha ficado um pouco cansativo e confuso. Acredito que simplificar um pouco os discursos teria feito um favor a história. (Alessandra Ogeda – confira mais detalhes no blog Crítica (non)sense da 7Arte)