Crítica sobre o filme "Antes Só do Que Mal Casado":

Edinho Pasquale
Antes Só do Que Mal Casado Por Edinho Pasquale
| Data: 01/04/2008
Os irmãos Farrelly são especializados em filmes de comédia escrachados. E eles não perderam a mão com esse Antes Só do que Mal Casado. O problema é que o tipo de humor deles parece já meio “vencidoâ€, ou seja, chega uma hora que cansa. Pois nesse filme eles continuam acertando em algumas cenas muito boas de tão absurdas, mas grande parte dele parece nada mais que um “repeteco†de histórias anteriores. Ou seja: você fica com aquela sensação de deja-vù ou de “eu acho que já vi esse filme antesâ€.

Algo é verdade: o filme tem várias cenas muito engraçadas. Além do mais, os irmãos Farrelly tem como hábito fazer um humor inteligente, cínico e ácido, o que é mais interessante que a média das comédias de Hollywood. Um exemplo: eles primeiro “cutucam†a ironia quando, no casamento da ex-namorada em que vai Eddie, seu amigo Mac lhe diz que para “saber como a sua mulher ficará no futuro, basta olhar para sua mãeâ€. Voilà, tempos depois, quando Eddie casa tempestivamente com Lila, ele tem a primeira decepção com a sua nova condição ao conhecer a mãe da garota, uma verdadeira “tribufú†- interpretada por Kathy Lamkin. Mas esse é só um exemplo, porque o filme tem dezenas deles. Em outras palavras: os irmãos Farrelly pegam piadas até meio “velhinhas†ou, na opinião de outros, de dominio público para fazer um humor que pode ser entendido por qualquer pessoa ou situação.

Os diretores fazem esse humor escrachado, destes que até uma criança entende, como uma cena de bicicleta na história – e que aparece em um dos varios cartazes interessantes feitos para divulgar a produção. E eles, ao mesmo tempo, fazem um humor cínico, como a piada sobre a “mulher de Eddie que foi morta por um louco com um picador de geloâ€. Eles são muito bons! Ainda assim, como comentei no início dessa crítica, as piadas deles já parecem meio gastas, porque sempre seguem a mesma linha de humor. Uma das melhores sequências do filme é a viagem de carro do casal Eddie e Lila até o México… a menina cantando toda santa música e não calando a boca é de matar! Detalhe que ela tem uma voz ótima, mas ninguém aguentaria toda santa música outra pessoa ao lado cantando! Ainda mais por horas.

Só achei que a maioria das piadas envolvendo a família de Miranda não tem graça. Talvez a do nome do tio dela, mas essa como muito. O restante das piadas foram bem, mas bem fraquinhas. Aliás, achei algo curioso nesse filme. Além dos irmãos Bobby e Peter Farrelly dirigirem o filme e escreverem o roteiro, como é de costume, eles dividiram a tarefa de escrever a história com outros três roteiristas: Scot Armstrong, Leslie Dixon e Kevin Barnett. Talvez tanta gente junta não tenha sido de todo proveitoso.

Mas para relaxar e dar uma ou outra risada, o filme cumpre o seu papel. Ainda que não seja assim uma Brastemp ou tão bom quanto Quem Vai Ficar com Mary? ou Eu, Eu Mesmo e Irene, produções anteriores da dupla de irmãos-diretores. (Alessandra Ogeda – confira mais detalhes no blog Crítica (non)sense da 7Arte)