Crítica sobre o filme "Planeta Terror":

Edinho Pasquale
Planeta Terror Por Edinho Pasquale
| Data: 03/04/2008
Eu gosto de filmes de terror. Desde criança. Assisti desde filmes realmente muito, muito bons, até um monte de lixo. E os lixos nem sempre são os filmes da chamada classe B ou os “trash moviesâ€. Muitas vezes estes são justamente os melhores. Afinal, na maioria das vezes eles tiram sarro deles mesmos o que, cá entre nós, é uma qualidade nesse tipo de filme. Normalmente um filme de terror carrega na alma uma boa dose de absurdo. Sendo assim, nada melhor que fazer um pouco de comédia disso, não? Pois bem, dito isso, que eu gosto muito de filmes de terror, tenho que dizer que esse Planeta Terror só comprova uma teoria que tenho: quanto mais dinheiro se gasta em uma produção assim maior o risco de meter os pés pelas mãos. E, sinceramente, não curti esse filme do sr. Robert Rodriguez - apesar de gostar do diretor.

O problema de Planeta Terror é que o filme de Rodríguez, diferente do outro “integrante†do projeto Grindhouse (o filme À Prova de Morte, de Quentin Tarantino) não reinventa nenhuma fórmula. À Prova de Morte utiliza os melhores elementos dos filmes de terror em que um louco de carro começa a matar muita gente para contar uma história muito divertida, bem dirigida, engraçada em muitos momentos e com boas atuações. Planeta Terror, por outro lado, consegue esse efeito em pouquíssimas cenas, para não dizer exageradamente que em nenhuma.

Vejamos: a cada momento você espera alguém dizer “miolos†e sair comendo cérebros. Tirando isso e a carnificina de “mire e atire nos zumbis†que o filme repete sempre que pode, Planeta Terror só vale mesmo pelas horas de pausa na matança, ou seja, pelos momentos de tensão entre o casal de médicos Dakota Block (Marley Shelton, um dos pontos fortes do filme) e William Block (Josh Brolin), assim como pela história dos irmãos Sheriff Hague (Michael Biehn) e o dono de bar obcecado pelo melhor churrasco do Texas, J.T. Hague (Jeff Fahey). Mais que isso, vale pela personagem de Cherry Darling, vivida perfeitamente pela atriz Rose McGowan. Descontado isso, é um filme bem chatinho, repetitivo e sem o talento que Tarantino mostrou na sua parte do projeto Grindhouse.

Além disso, devo dizer que eu assisti a muitos filmes de terror, vários “trash movie†e tudo, mas acho que nunca vi um filme tão nojento quanto Planeta Terror. Realmente ele é nojento! Não se trata apenas de muito sangue escorrendo na tela - nesse caso, literalmente - ou de partes de corpos decapitados. Também não se trata de cabeças explodindo e tudo o mais, é pior. Falo especialmente de todas as explosões de gosmas, furúnculos e afins.

Uma curiosidade: o filme conta com algumas participações de luxo. Entre elas, Bruce Willis, que aparece pouquíssimo como o militar que chefia o grupo em busca de sua “drogaâ€. Outro que quase não aparece é o ator Naveen Andrews, conhecido pela série Lost. E Tarantino, claro, a exemplo de seu À Prova de Morte, faz uma participação especial no filme de Rodriguez. Aqui ele é um militar obcecado por “dar umazinha†com Cherry Darling. Interessante também a participação da cantora Stacy Ferguson, vocalista do The Black Eyed Peas, como Tammy. Mesmo morta ela é bonita. (Alessandra Ogeda – confira mais detalhes no blog Crítica (non)sense da 7Arte)