Crítica sobre o filme "Luzes do Além":

Jorge Saldanha
Luzes do Além Por Jorge Saldanha
| Data: 05/04/2008
Luzes do Além é uma seqüência sem qualquer ligação direta com Vozes do Além (2005), que já não era lá essas coisas. O que esperar então desta continuação menor, feita com um elenco principal retirado de séries de TV? Nathan Fillion e Katee Sackhoff, apesar de terem feito alguns filmes, são mais conhecidos pelas séries Firefly e Desperate Housewives (Fillion) e Battlestar Galactica (Sackhoff). Mas este não é um problema, já que ambos são ótimos. O fato é que, seja por culpa do roteiro cheio de clichês, ou da direção medíocre de Patrick Lussier (Drácula 2000), o filme não é totalmente bem sucedido em conquistar o espectador. A exemplo do longa anterior, a trama se baseia em relatos pretensamente verídicos de paranormalidade, no caso os relacionados aos “Eventos de Quase-Morteâ€. Se antes a ênfase era na comunicação com os mortos através de sons ou vozes captados por equipamentos eletrônicos, aqui o negócio é prever a morte das pessoas. O protagonista, após testemunhar o assassinato de sua esposa e filho em circunstâncias bizarras, tenta se suicidar. Mesmo tendo diagnosticada sua morte clínica, ele é ressuscitado e descobre que, além de ouvir vozes em transmissões eletrônicas, também vê fantasmas e luzes que envolvem pessoas prestes a morrer. A partir daí Dale decide seguir salvar as futuras vítimas – o que, previsivelmente neste tipo de filme, trará conseqüências funestas. O que complica esta produção é que, a partir de elementos alegadamente verídicos como estatísticas e dados científicos, ela envereda pelo terreno da mais absoluta fantasia. Isso acaba passando ao espectador a sensação de que ele foi ludibriado. Se é para ser fantasia, que se assuma como tal que a diversão é mais garantida. Além disso o filme usa e abusa de elementos de incontáveis filmes orientais de fantasmas, e até mesmo de ação e de super-heróis. De qualquer forma, pesando os prós e os contras e se visto sem grandes expectativas, deixando o pseudo caráter “verídico†de lado, Luzes do Além pode ser um bom passatempo, chegando até a provocar mais sustos que o original - que é o que realmente importa neste tipo de filme.