Crítica sobre o filme "Diário de uma Babá, O":

Edinho Pasquale
Diário de uma Babá, O Por Edinho Pasquale
| Data: 23/04/2008
A atriz Scarlett Johansson realmente acerta a mão em suas decisões de carreira. Digo isso porque desde que estourou com o filme Encontros e Desencontros essa atriz nova-iorquina evita repetir papéis e tem buscado trabalhar em roteiros interessante. O que é o caso desse filme, O Diário de Uma Babá. Por mais que alguns o classificam como “filme-famíliaâ€, esse filme ganha pontos pelo roteiro interessante e, principalmente, pela direção afinada de Shari Springer Berman e Robert Pulcini.

Descontados os chavões, como o fato do menino da família rica ser um verdadeiro pestinha - por que ele não poderia ser apenas um garoto solitário ou necesitado de carinho e atenção? - o filme é bem criativo na maneira de abordar os pontos-de-vista de Annie e a maneira com que ela passa a estudar essa realidade dos ricos de Nova York - uma realidade tão diferente da sua.

Diferente de outros filmes em que o menino que interpreta o personagem infantil principal pode acabar com a diversão em uma interpretação arrastada ou chata - a exemplo do garoto de Halloween (2007) -, aqui Nicholas Art imprime o peso exato na delicadeza, chatice e complexidade de seu personagem. E o roteiro, bem escrito pelos diretores, expõe com precisão a realidade “estudada†e vivenciada por Annie.

O filme conta com quase uma participação especial, de tão pequena, do sempre ótimo Paul Giamatti - aqui como o Mr. X, o pai da família rica e infeliz. O Diário de Uma Babá acaba sendo uma diversão interessante, que faz rir e pensar ao mesmo tempo. Ele se mostra interessante, especialmente, por mostrar como quando entramos em contato com outras realidades e submergimos em “outros mundosâ€, mudamos também.

Curioso como Annie compara a sua experiência com a de um antropólogo. Acho mesmo que quando entramos em contato com realidades diferentes da nossa aprendemos muito sobre a vida e as pessoas, sobre as diferentes sociedades. E, como descobriu Annie, aprendemos mais sobre nós mesmos, acima de tudo. Interessante também como o filme brinca com a idéia de Mary Poppins, um ícone de referência no quesito “babás†e no cuidado amável com as crianças - incluindo os pestinhas. (Alessandra Ogeda – confira mais detalhes no blog Crítica (non)sense da 7Arte)