Crítica sobre o filme "Gabriel - A Vingança de um Anjo":

Jorge Saldanha
Gabriel - A Vingança de um Anjo Por Jorge Saldanha
| Data: 26/04/2008
Volta e meia a Austrália solta uns “filminhos†que acabam consagrando seus diretores e atores. Mad Max revelou o diretor George Miller e o astro Mel Gibson; com Razorback o diretor Russel Mulcahy garantiu seu passaporte para Hollywood; e muitas outras produções da terra dos cangurus colocaram em evidência o talento de Nicole Kidman, Hugh Jackman, Sam Neill, Cate Blanchett, e por aí vai. Agora chega a vez deste pequeno filme chamado Gabriel: A Vingança de um Anjo, escrito e dirigido pelo desconhecido Shane Abbess, lançado fora da Austrália diretamente em DVD. Em uma visão superficial, o filme está longe de ser original – com sua trama de confrontos entre anjos do bem e do mal, segue a linha de títulos como Anjos Caídos e até mesmo Constantine – e não chega a ser particularmente impressionante. Pelo contrário, muitos o criticaram pela pobreza da produção, as cenas de ação econômicas e o estilo visual inspirado em filmes como Matrix e Equilibrium.

Dito isto, vamos ao fato: Gabriel foi rodado por 150.000 dólares, que é uma soma irrisória até mesmo para o atual padrão de uma produção para a TV. E sob este aspecto, deve-se tirar o chapéu para o que Abbess conseguiu realizar – escreveu um roteiro interessante, contratou dois bons atores (ainda que também desconhecidos) para os papéis principais, e com eficazes efeitos visuais criou uma cidade sombria e atmosférica, que fazem com que o longa pareça ter custado muito mais. Gabriel poderá agradá-lo por suas boas atuações e os confrontos bem realizados, por vezes há uma perceptível perda de ritmo graças ao excesso de diálogos, mas felizmente esses momentos não duram muito.

Dificilmente este filme conseguirá catapultar a carreira de Shane Abbess ou de alguma outra pessoa nele envolvida, mas se eu fosse o executivo de algum grande estúdio, tomaria coragem e daria chance a ele para realizar uma produção com maiores recursos. Afinal, em tempos onde muitos milhões são torrados em porcarias como Ultravioleta e 10.000 A. C. (este, a pior coisa que vi nos últimos anos), vale a pena apostar num diretor criativo que teve uma estréia promissora, e que merece ser descoberta entre os inúmeros lançamentos que são feitos diretamente em DVD.