Crítica sobre o filme "Orfanato, O":

Edinho Pasquale
Orfanato, O Por Edinho Pasquale
| Data: 12/06/2008
O Orfanato foi o filme selecionado pela Espanha para representar o país na concorrida disputa a uma vaga ao Oscar®. Para infelicidade dos que vivem comigo, neste país, O Orfanato nem chegou a ser indicado. O filme pode ser considerado uma superprodução espanhola. Realmente é um filme que cuida dos detalhes e da qualidade técnica. Não por acaso ele conseguiu arrecadar algo como € 20,4 milhões em pouco mais de um mês, apenas na Espanha, e se tornar o terceiro filme mais assistiu do ano aqui - só perdendo para Piratas do Caribe 3 e Shrek 3. Também é o quarto filme espanhol com melhor bilheteria já registrado - perde apenas para Os Outros, La Gran Aventura de Mortadelo y Filemón e Torrente. Os produtores do filme, em especial a “major†Warner - com subsede na Espanha - estão contentíssimos, é claro.

Realmente o filme prima pela qualidade técnica. O diretor Juan Antonio Bayona e equipe fazem um bom trabalho narrativo utilizando efetivos e pontuais efeitos especiais. Nada é usado em exagero, mas apenas para dar força às cenas. O roteiro de Sergio Sánchez também me pareceu competente, especialmente porque ele faz o que se espera de uma boa história de suspense: começa morno, apresentando os personagens e seu contexto, para em seguida ir em um crescente dramático até o ápice da história. Ainda assim, o filme tem alguns falhos.

As intepretações são competentes, com especial destaque para a participação pequena mas intensa de Geraldine Chaplin como a vidente Aurora. Para mim a sua presença no filme é um dos melhores momentos de O Orfanato. No mais, Belén Rueda, por exemplo, está bem, ainda que algumas vezes me parece que ela está mais preocupada em como vai “aparecer†frente às câmeras do que em realmente “vestir†a pele de sua personagem. Ainda assim, ela tem uma presença magnética em tela e, realmente, é uma mulher muito bonita. O drama da busca por seu filho convence.

O diretor Juan Antonio Bayona, como eu disse antes, faz um bom trabalho. Gostei, especialmente, da sequencia em que ele “acompanha†Laura na cadeira-de-rodas em busca de seu filho, pelo corredor da casa. Ele realmente tem algumas sequencias de câmera bem interessantes, ainda que dirija um filme que lembre muito a tantos outros sobre “casas assombradas†e “espíritos que não descansam depois de sofreram mortes violentas e/ou injustasâ€. O diferencial de seu filme, talvez, seja o fato de misturar elementos “tão batidos†com uma releitura de Peter Pan, de fantasia e da vontade de ser “jovem para sempre†- o que, no caso das crianças, passa pela morte.

Para quem gostou das locações do filme, comento que ele foi filmado na costa de Llanes, perto de Oviedo, Astúrias, e também em Barcelona. (Alessandra Ogeda – confira mais detalhes no blog Crítica (non)sense da 7Arte)