Crítica sobre o filme "Desbravadores":

Edinho Pasquale
Desbravadores Por Edinho Pasquale
| Data: 15/07/2008
Eu reconheço: lendo os créditos iniciais de Desbravadores não reconheci nenhum nome em especial. Depois, quando a história começou, identifiquei o neozelandês Karl Urban como um rosto conhecido. Mais ninguém. Também não me parecia familiar o nome do diretor ou de qualquer outra pessoa envolvida no projeto. Como gosto de fazer, não tinha lido nada a respeito, mas já tinha me impressionado a arte do cartaz do filme. O trabalho que fizeram me lembra os bons tempos das capas da HQ de Conan. Mas claro, esse filme tem pouco a ver com o bárbaro que um dia tornou o hoje governador Arnold Schwarzenegger conhecido.

Depois de reconhecer a Karl Urban, identifiquei o rosto de Russell Means e o de Clancy Brown como figuras que vi por aí, em papéis secundários. Uma qualidade do filme, na minha opinião, é que ele não investiu recursos em atores conhecidos e sim em cuidar da produção e dos efeitos especiais. Uma coisa é certa: o filme é muito bem acabado. Direção de fotografia impecável, assim como todo o complexo jogo de cena durante as constantes batalhas.

O tema é interessante também. Afinal, eu já tinha ouvido falar do “trabalho†dos vikings em conquistar territórios deixando um “rio de sangue†nas suas costas, além de fazer riqueza explorando os recursos alheios. Mas ainda não tinha visto um filme bom a respeito. Esse filme agrada, especialmente porque não cai demais no “romanceâ€â€¦ ainda que a cena em que nosso herói fica com a heróina é um pouco forçada, mas enfim… não se pode pedir perfeição.

Como eu comentei antes também, me agradou muito o trabalho que fizeram com o cartaz do filme. Realmente a arte é impecável.

O único “porém†de toda a história é que eu fiquei pensando o mesmo de quando terminei de ver Apocalypto: e imaginar que eles lutaram tanto, que derramaram tanto sangue para defender as suas terras para, tempos depois, serem dizimados igualmente. Claro que, nem por isso, deviam desistir ou ter se “entregadoâ€, mas sempre é um pouco doloroso ver a luta dos mais fracos sabendo que depois eles serão vencidos de qualquer forma.

Ainda que o filme é bem acabado e tudo, a história acaba sem grande inovação… não sei, é como se a gente “gastasse†duas horas em algo que podia ser contado em menos tempo. Vale como entrenimento e tudo, mas não passa muito daí. Mas tem uma qualidade: não quer “profundizarâ€, “teorizar†ou lançar alguma lição de moral. Não, apenas é um bom filme de ação e batalha ambientado em época dos vikings.

No site IMDb o filme ganhou uma média de nota de 5,1. Achei pouco. Acho que o povo foi meio cruel com ele… será efeito de não ter nenhum rosto muito conhecido? Talvez.

O diretor de Desbravadores é o alemão Marcus Nispel. Fui atrás de informações sobre ele - reconheço que nunca tinha ouvido falar em seu nome - e descobri que, até agora, ele tinha dirigido basicamente trabalhos para a TV. Mas depois desse Desbravadores ele já está envolvido em outro projeto, previsto para ser lançado este ano: Alice, um filme basado na famosa personagem de Lewis Carroll. A atriz confirmada para viver o papel título é Sarah Michelle Gellar. O pouco que descobri a respeito da produção é que ela conta o que acontece com Alice depois de sua experiência em Wonderland. Parece promissor.

Segundo uma nota do site IMDb, a linguagem que os vikings falam no filme é “Icelandicâ€, que seria a linguagem antiga e primitiva deste povo. Também segundo o site, o filme teria custado aproximadamente US$ 26 milhões. Interessante que no site oficial do filme há um link que convida os internautas a ver vídeos no YouTube. São as grandes produtoras se rendendo ao site mais popular de vídeos da internet. (Alessandra Ogeda – confira mais detalhes no blog Crítica (non)sense da 7Arte)