Crítica sobre o filme "Batman Begins":

Jorge Saldanha
Batman Begins Por Jorge Saldanha
| Data: 29/07/2008
Graças às bem sucedidas adaptações da Marvel para o cinema, a D.C. Comics e a Warner tardiamente decidiram retomar sua valiosa franquia cinematográfica. Mas depois das "obras" de Joel Schumacher BATMAN ETERNAMENTE e BATMAN E ROBIN, não havia outra saída: todos os outros filmes, inclusive os de Tim Burton, foram esquecidos, e este BATMAN BEGINS (2005) reconta a história do Cavaleiro das Trevas desde o início. E o almejado êxito foi atingido graças a um competente trabalho do diretor e roteirista Christopher Nolan (AMNÉSIA, INSÔNIA), do co-roteirista David S. Goyer (trilogia BLADE) e de um elenco excepcional. Em seus outros filmes, Nolan investiu pesado na psicologia de seus personagens, e este é o fator essencial onde BATMAN BEGINS diferenciou-se de outros títulos do gênero - ainda que longe do que o diretor conseguiu na superior seqüência BATMAN - O CAVALEIRO DAS TREVAS (2008).

O roteiro é centrado no uso do medo tanto para explorar a fraqueza dos inimigos como para reunir forças para sobre eles triunfar, trazendo uma história na maior parte do tempo muito bem elaborada, com boas doses de ação e efeitos visuais, mas tudo sem exageros. Já vimos antes filmes em que alguém, após uma tragédia pessoal, decidiu combater o crime como forma de vingar a perda de entes queridos. Mas acredite, isto nunca foi contado de modo tão convincente e realista como aqui. Tanto que a primeira metade do filme, onde vemos a história de Wayne e toda a sua preparação para tornar-se Batman, é mais interessante do que a segunda, quando o filme entra no padrão "vilão quer destruir a cidade e o herói tem que impedi-lo". E nada foi esquecido no segmento inicial: o porquê do jovem milionário Bruce Wayne vestir uma roupa de morcego; como ele consegue realizar suas façanhas, apesar de ser uma pessoa comum; de onde saem as engenhocas fantásticas que utiliza em sua cruzada; e por aí vai.

Se é para apontar algum defeito do filme, Katie Holmes (atual Srª. Tom Cruise) claramente não está à altura de gigantes como Caine, Neeson, Freeman e até do próprio Bale, tanto que no filme seguinte foi substituída por Maggie Gyllenhall, que se é menos bonita pelo menos é melhor atriz. E a trilha sonora, como é praxe atualmente, não traz um tema musical heróico, porém casa perfeitamente com a proposta do filme. BATMAN BEGINS é um dos melhores filmes do gênero e que, finalmente, começou a fazer justiça ao meu super-herói favorito - ainda que, hoje, ele possa ser considerado como um mero aperitivo para o soberbo BATMAN - O CAVALEIRO DAS TREVAS.