Crítica sobre o filme "Aliens vs. Predador 2 – Versão Estendida":

Jorge Saldanha
Aliens vs. Predador 2 – Versão Estendida Por Jorge Saldanha
| Data: 30/08/2008
Em 2004, o crossover que já havia acontecido em HQs e games passou para a tela grande, com o lançamento de Alien Vs. Predador. O resultado, para os fãs das duas franquias da Fox, foi controverso. O fato é que o filme não chegou a ser tão ruim, mas por outro lado deixou a desejar, como aliás é comum nas realizações do diretor Paul W. S. Anderson (Mortal Kombat, Resident Evil). Para começar, aqueles que seriam os pontos altos do filme - os confrontos entre Predadores e Aliens - foram poucos e a maioria não empolgou. Criou uma polêmica ao mostrar no final o nascimento, em plena nave dos Predadores, de um "PredAlien" (o que seria improvável, já que os Predadores possuem a tecnologia para detectar a contaminação do companheiro morto por um embrião Alien). Além disso, para um filme envolvendo dois dos monstros mais sanguinários do cinema, o nível de violência foi baixo, indicando que ele foi direcionado para os mais jovens. Ainda assim o longa rendeu o suficiente para gerar uma continuação que chegou no final de 2007, este Aliens Vs. Predador 2 (Aliens Vs. Predator: Requiem), também conhecido como AVP 2.

Sai Anderson, entram na direção os irmãos Colin e Greg Strause, que são entendidos no crossover dos aliens da Fox, iniciado nos gibis. Pelo resultado, dá mesmo para notar que eles sabem o que alguém que vá ver este tipo de filme espera - e apesar da crítica em geral ter pulverizado o longa, é preciso reconhecer que eles se esforçaram neste sentido. Sabendo que Aliens e Predadores são os verdadeiros astros, os personagens humanos foram meramente rascunhados, sendo interpretados por atores e atrizes de segunda – muitos, coadjuvantes de séries de TV filmadas no Canadá, onde o filme também foi rodado. O rosto mais conhecido é de Reiko Aylesworth (de 24 Horas e esposa de Kiefer Sutherland), que aqui tem seus momentos de Ellen Ripley. A exemplo de tantos filmes B de FC e horror, a trama se desenrola numa pequena cidade do interior, cheia, portanto de vítimas em potencial. Tentaram fazer de um limão uma limonada, transformando o criticado "PredAlien" do filme anterior, agora em forma adulta, numa criatura realmente ameaçadora. E por fim, providenciaram mais carnificina e confrontos violentos entre os monstros - basicamente, na maior parte do tempo você verá Aliens matando humanos, o Predador enfrentando e matando Aliens e um grupo de pessoas tentando escapar da mortandade que acontece na cidade. No entanto, a maioria das cenas acontece numa escuridão atroz, onde é difícil de distinguir que criaturas estamos vendo.

É difícil de avaliar um filme como esse e recomendá-lo, mesmo para fãs de ficção científica e horror. Além de ter problemas de realização e os clichês habituais do gênero, ele possui cenas bem violentas e sádicas. Mesmo assim, não bate filmes doentios como Jogos Mortais, O Albergue, Turistas e similares. E em relação a eles possui uma vantagem - aquele ar dos antigos filmes B que não possui outra intenção que não a de fazer as pessoas pularem da cadeira com ação frenética e mortes sangrentas. Faltou só a nudez gratuita das atrizes, mas parece que o moderno moralismo americano continua aceitando melhor a visão de mutilações do que a de belos seios. No frigir dos ovos, fica difícil dizer qual dos dois AVP é o melhor (ou o menos ruim). Este aqui, pelo menos, não é um filme chato e com a pretensão de parecer algo melhor do que é. Além disso, os mais atentos perceberão que, durante o desenrolar da trama, várias cenas e a trilha sonora fazem referências aos filmes originais das duas franquias. Isso, de certo modo, serve mais para lamentarmos que as duas criaturas da Fox, que tiveram origens mais nobres (o Alien, principalmente), apenas tenham conseguido sobreviver neste tipo de filme mais rasteiro, com toneladas de sangue e quase zero de suspense.