Crítica sobre o filme "Amar Não Tem Preço":

Viviana Ferreira
Amar Não Tem Preço Por Viviana Ferreira
| Data: 29/09/2008
Quando Amar...não tem preço foi lançado nos cinemas franceses, foi considerado um “bonequinha de luxo do século XXIâ€. Vendo o filme, vê-se que não se chega a tanto. O filme é sim um pouco inspirado na obra prima de Blake Edwards, mas de nenhuma maneira consegue ser tão crucial quanto o clássico estrelado por Audrey Hepburn.

A história é clássica: Irene (Audrey Tautou) é uma bela jovem que tem ambição por status. Sai com homens ricos, e ganha presentes caros. Mas tem uma vida inconstante feita de altos e baixos. Jean (Gad Elmaleh) é o seu oposto, pobre e humilde garçom, ele vive para o seu triste e exaustivo trabalho, sem ter muitos sonhos em sua vida. Um dia, Jean fica para fechar o bar do hotel onde trabalha (mesmo estando totalmente cansado) e Irene, não querendo cair na mesmice que seu “namorado†Jacques está vivendo, resolve descer e tomar algo no restaurante. Ela chega em um momento onde Jean não está no bar, e nem imagina que ele é um mero garçom. Ele vê nela uma pessoa que ele nunca poderia ter, mas que poderia estar ao seu lado por alguns momentos. Tomam coquetéis, riem, fazem amor. E depois nunca mais se encontram, exceto pelo fato de, que no ano seguinte, na mesma data, Irene e Jacques voltam ao mesmo hotel, onde a cena se repete, e desta vez, Jacques descobre. Irene, sem imaginar que Jean é um simples garçom, acredita estar com um milionário. Mas quando descobre da situação do pobre coitado, tenta fugir o mais rápido possível. Ele vai atrás dela, e ela vai mostrar a ele o seu preço. Tira dele todas as economias possíveis e impossíveis. Até que, por uma armadilha do destino, Jean encontra Madeleine, uma senhora mais velha, mas enxuta, que enxerga nele uma doçura e uma simplicidade jamais vistas. Deste momento então, ocorrem muitas reviravoltas, e Irene vai aprender a duras penas que Amar não tem preço.

Enfim, é uma comedia romântica, onde Audrey Tautou novamente encanta, mas que fica por isto mesmo. Embora Gad Elmaleh esteja excelente no papel, o filme cai nas suas próprias armadilhas e não consegue ir mais além. É um bom filme, com um roteiro bem escrito, mas que se limita ao mais do mesmo. Tudo no filme é comum- da fotografia à direção, do casting (com exceção de Gad) à produção. E, embora Audrey esteja bem, está na hora de ela renascer para outros tipos de papel. Se ela continuar em uma mesma linha, será marcada para sempre como a eterna Amelie Poulain, e Audrey é uma atriz qualificada demais para estar marcada por um mesmo papel. No mais, Amar não tem preço nos remete a aquela eterna frase: existem coisas que o dinheiro não compra. E é isto. (Viviana Ferreira)