Crítica sobre o filme "Cadeira do Diabo":

Felipe Samedi
Cadeira do Diabo Por Felipe Samedi
| Data: 08/10/2008
Dirigido por Adam Mason (Jogos Sangrentos), Cadeira do Diabo segue uma receita, já usada em diversos outros filmes, que é o fato de você pegar um objeto do cotidiano, no caso uma cadeira, e torná-lo de alguma forma macabro. Já existem muitos filmes deste estilo, como o Armário do Diabo, Geladeira Demoníaca e até mesmo Camisinhas Assassinas (que inclusive recebe o troféu Cúmulo do Bizarro). Mesmo assim, usaram novamente este conceito, mas infelizmente, este, está longe de ser o maior problema do filme.

Bom, tudo começa com um trailer que chama a atenção pela quantidade excessiva de sangue, mas não se enganem o filme esta longe de ser "gore". Pelo contrário, as cenas de amputação são cortadas da película. É aquele esquema "machado sendo erguido – vitima gritando – sangue espirrando" e só, não é mostrado o ato em si, algo que poderia salvar um pouco o filme (como acontece em O Albergue).

Enfim, litros e litros de sangue falso jorrando, mas nenhuma cena forte. Além disto, o filme inteiro é narrado pelo personagem principal. Uma péssima e irritante narração, poucas pessoas conseguem continuar assistindo depois dos primeiros quinze minutos. Afinal o narrador-personagem não pára de dizer asneira como "olha que gostosa", "vou tirar a roupa dela", "chegou o momento que vocês fãs de horror esperavam, assistindo este lixo sanguinário", e coisas assim. É uma asneira atrás da outra, isto segue pelo filme todo, deixando qualquer pessoa sã, louca de raiva. Confesso que foi difícil assistir até o final.

Nada salva no filme, a câmera treme o tempo todo, o diretor faz closes excessivos (provavelmente para esconder o cenário mau preparado), a cena congela toda vez que o narrador vai dizer algo idiota, isto quando eles não voltam à cena diversas vezes, como se uma criança chata estivesse brincando com o controle do DVD.

E se ignorarmos a receita "narração – close - câmera tremendo – narração – close - close" e prestarmos atenção na história iremos notar que é completamente fraca e clichê. A cadeira em um sanatório abandonado é um portal para um inferno. Uma mocinha morre lá e culpam o personagem principal que vai para o hospício. Anos depois um psiquiatra louco, retira o assassino do hospício, com um grupo de estudantes, com o pretexto de levá-lo de volta ao hospício e estudar suas reações. Na verdade o médico acredita na história da cadeira, sacrifica todo mundo na mesma e todos vão para uma outra dimensão (que é o cenário do hospício, mais escuro e com mais sujeira), onde uma terrível criatura (versão tosca da criatura da Casa da Colina) caça e tenta matar todo mundo.

A grande "surpresa" final é algo completamente idiota, que deixa muitas pontas soltas e o telespectador nervoso, mas tudo bem, a maioria das pessoas não vai assistir até o final.

Enfim, até o momento este foi o pior filme que vi este ano, não recomendo nem ao meu pior inimigo. Pelo menos o título faz jus ao filme, afinal, ficar sentado assistindo é como estar sentado na cadeira do próprio capeta, tendo uma visão do inferno...