Crítica sobre o filme "Heroes - 2ª Temporada":

Jorge Saldanha
Heroes - 2ª Temporada Por Jorge Saldanha
| Data: 07/11/2008

Na indústria do entretenimento, a série de TV HEROES é um daqueles casos em que, de início, milhares de espectadores são conquistados por um conceito inovador (aparentemente, pelo menos) e excitante, para posteriormente ser execrado pela maioria de ex-fãs que se sentiram logrados. No cinema lembro-me de um caso muito parecido, o da trilogia MATRIX, cujo primeiro filme foi incensado por nerds e geeks de todo o mundo como a oitava maravilha do mundo, e os dois seguintes considerados a escória da Sétima Arte. Esse fenômeno radical é gestado principalmente na internet, em incontáveis fóruns e listas de discussões, onde opiniões pró e contra, via de regra exageradas, acabam decidindo o destino de tais produções. Em HEROES a coisa começou a desandar após o anticlimático final da primeira temporada, e só piorou no decorrer da segunda, muito prejudicada pela greve de roteiristas de 2007. Particularmente, acho que, colocada a série em sua devida perspectiva – uma espécie de versão soap opera dos X-Men da Marvel – ela segue desencanada e divertida, com boas doses de drama mas deixando a desejar no quesito ação. Mas a meu ver o maior problema são alguns personagens totalmente dispensáveis que, aparentemente, não possuem qualquer utilidade para a trama, e novamente um final de temporada mal desenvolvido.

Este segundo volume, “Geraçõesâ€, acompanha a trajetória dos heróis após o confronto em Nova Iorque que resultou na explosão nos céus de Peter (Milo Ventimiglia) e Nathan Petrelli (Adrian Pasdar). Hiro Nakamura (Masi Oka) ativa o seu poder durante a batalha contra Sylar (Zachary Quinto) e vai parar no Japão feudal do século XVII, onde encontra o fracassado samurai inglês (!) Takezo Kensei (David Anders), a quem ajuda a desenvolver habilidades de guerreiro e posteriormente tornar-se-á o vilão imortal Adam Monroe. Noah Bennet (Jack Coleman) foge com sua família a fim de proteger Claire (Hayden Panettiere) da Companhia (formada pela primeira geração de heróis, cujos membros sobreviventes estão sendo assassinados um a um), mas logo seu caminho cruzará com Bob Bishop (Stephen Tobolowsky), antigo fundador da Companhia e responsável pelas pesquisas com o vírus Shanti.

Peter Petrelli é encontrado desmemoriado dentro de um container, na Irlanda, e luta para recuperar a antiga forma. Nathan abandona a família, desiste da carreira política, e vai procurar respostas sobre o seu poder e sobre os heróis. Matt Parkman (Greg Grunberg) tem uma batalha dura pela frente. Descobre que seu pai, além de pertencer à Companhia, é dono de um poder surpreendente, capaz de aprisioná-lo dentro de seus próprios pesadelos. Mohinder (Sendhil Ramamurthy), que divide a guarda da garota Molly (Adair Tishler) com Matt, se vê num dilema. O geneticista se alia a Noah e aceita trabalhar para a Companhia, mas acaba acreditando que as intenções de Bob não são ruins. Depois do confronto da primeira temporada, Sylar perde os poderes e fica completamente indefeso. Só que, ao encontrar os mutantes fugitivos Maya (Dania Ramirez) e Alejandro (Shalim Ortiz), vê uma esperança de reavê-los.

Todos esses acontecimentos estão dispostos nos episódios seguindo um roteiro bastante entrecortado, cheio de flashbacks. O final deste volume fecha a narrativa proposta, e novamente leva ao volume seguinte, que se chama “Vilõesâ€. Mesmo com apenas 11 capítulos e a greve de roteiristas, esta segunda temporada de HEROES conseguiu condensar a trama de forma satisfatória, lançando novas luzes sobre o mistério que cerca a origem dos heróis. Porém, mais uma vez, um final decepcionante ajudou a diminuir o impacto do que foi visto anteriormente – felizmente, nada que chegue nem perto da ruindade hilário-trash da novela OS MUTANTES, da Record.