Crítica sobre o filme "Superbad - É Hoje":

Jorge Saldanha
Superbad - É Hoje Por Jorge Saldanha
| Data: 13/12/2008

O produtor/diretor Judd Apatow vêm realizando, com um grupo de amigos atores e roteiristas, comédias extremamente simpáticas e divertidas como O VIRGEM DE 40 ANOS e LIGEIRAMENTE GRÃVIDOS. Neste SUPERBAD – É HOJE, apenas produzido por Apatow (a direção é de Greg Mottola), o roteiro escrito por Seth Rogen e Evan Goldberg, inspirado em suas próprias experiências da adolescência, resulta em um filme na tradição de “clássicos†como PORKY´S e mais recentemente AMERICAN PIE. A diferença, aqui, é que sexo e as inevitáveis piadas escatológicas baseiam-se principalmente em diálogos e situações de roteiro, portanto quem espera o habitual desfile de bundas e peitos femininos nus poderá se decepcionar. No entanto, há palavrões e menções à genitália em quantidade abundante, além dos desenhos de pênis que Seth fazia quando era criança e que aparecem num flashback engraçadíssimo. Graças a tudo isso, a MPAA (Motion Picture Association of America, que estabelece a faixa etária dos filmes nos Estados Unidos) classificou o filme como Rated R, que seria equivalente à censura de 16 anos no Brasil.

A história do filme é básica – três amigos têm como última chance de perderem a virgindade, antes de irem para a faculdade, a festa que acontecerá na casa de uma colega de escola, e cabe a eles arranjarem as bebidas que o pessoal vai consumir. O desafio é grande, já que todos são menores de idade e, portanto, não podem comprar bebidas alcoólicas – essenciais para que as meninas se tornem mais, digamos, “receptivasâ€. Como se vê, a trama é mesmo simples e não muito diferente do que já se viu antes, mas é a realização que faz toda a diferença para dar ao filme algo mais do que o humor grosseiro típico do gênero. O fato da maior parte dos envolvidos serem amigos na vida real adiciona um toque especial a SUPERBAD, que ao final acaba sendo um belo tributo à amizade. Alem disso a seleção do elenco não poderia ser mais feliz – os rapazes que interpretam Seth, Evan e Fogell – respectivamente Jonah Hill, Michael Cera e o estreante Christopher Mintz-Plasse (este o protótipo perfeito de um nerd, sempre roubando a cena) estão plenamente convincentes, e possuem uma incrível química entre si. Na ala dos “veteranosâ€, Bill Hader e o próprio Seth Rogen estão impagáveis como a dupla de policiais atrapalhados que contracena a maior parte do tempo com “McLovinâ€, o alterego de Fogell.

SUPERBAD – É HOJE sem dúvida é feito para adolescentes do sexo masculino, mas é realizado com um sentimento tão genuíno que acaba conquistando a simpatia também dos mais velhos, que irão se lembrar dos seus tempos de colégio e em muitas coisas acabarão se identificando com os jovens protagonistas. Isso, claro, desde que não se ofendam com a linguagem chula que ouvirão praticamente do início ao fim do filme.