Ao final de sua terceira temporada, House estava no pico de seu prestÃgio de público e crÃtica, mas o criador do programa, David Shore, decidiu não se acomodar com o sucesso. Assim, numa jogada surpreendente, ele afastou a equipe que conhecÃamos desde o inÃcio da série. Eric Foreman (Omar Epps) demite-se ao perceber que estava cada vez mais parecido com seu chefe, em relação aos pacientes; Chase (Jesse Spencer) é despedido por House, por já ter aprendido tudo que podia com ele; e Cameron (Jennifer Morrison), não querendo ser a única a permanecer na equipe, opta por uma nova posição no hospital Princeton-Plainsboro. No inÃcio desta quarta temporada, pressionado por Cuddy (Lisa Edelstein) e Wilson (Robert Sean Leonard), House testa mais de 30 médicos a fim de selecionar três deles como seus novos assistentes. Ele os coloca competindo entre si, como num reality show, e o que poderia acabar prejudicando a série acaba tornando-a ainda melhor. A injeção de – trocadilhos à parte - "sangue novo" melhorou o programa, tornando a busca pela solução dos mistérios médicos ainda mais dinâmica e, por vezes, divertida. House nunca foi mais sádico com sua equipe, e a humilhação a que se submetem os candidatos à s três vagas gera situações memoráveis e engraçadas.
Ao final do processo de seleção, House fica com uma equipe não muito diferente da antiga – a misteriosa e esperta Drª. Remy Hadley (Olivia Wilde), a quem ele chama apenas de "Treze" (seu número durante o processo de seleção); o Dr. Lawrence Kutner (Kal Penn), um jovem que, como House, não hesita em correr riscos para acertar o diagnóstico; e o Dr. Chris Taub (Peter Jacobson), um cirurgião plástico cujas fortes opiniões freqüentemente levam House a repensar suas abordagens em relação aos casos. A equipe é completada pelo Dr. Foreman, que retorna a pedido de Cuddy com a missão de manter House na linha. Já a Drª. Amber Volakis (Anne Dudek) é demitida por sua teimosia em reconhecer seus erros nos diagnósticos, mas sua popularidade entre os fãs a manteve na série, numa participação importante como a namorada secreta do Dr. Wilson.
Como a maioria das séries norte-americanas, House foi atingida pela greve dos roteiristas de 2007. Mas isso não significa que ela tenha sido prejudicada, já que temos 16 episódios de alto nÃvel, interessantes e com ritmo ágil, sendo que vários deles sem dúvida podem entrar para a lista dos melhores de toda a série. Dentre eles, destacamos "Sozinho", o primeiro da temporada, onde Wilson seqüestra a guitarra de House a fim de obrigá-lo a contratar uma nova equipe; "Espelho, Espelho Meu", que marca a volta de Foreman; "Congelada", onde House e sua equipe devem tratar de uma paciente (Mira Sorvino) via webcam, já que ela está no Pólo Sul; "Jogos", que traz uma memorável cena final entre House e Cuddy; "Feio", episódio com um belo trabalho de câmera em preto e branco; e, obviamente, os episódios finais "A Cabeça de House" e "O Coração de Wilson", onde um acidente de ônibus deixa House sem qualquer memória do acontecimento, e isso poderá levar o triângulo Wilson/Amber/House a um desfecho trágico.
Claro que o desempenho de Hugh Laurie, que sabe como ninguém explorar os intrincados aspectos da personalidade de House, continua sendo o maior trunfo da série. Sem ele não terÃamos este que é, atualmente, o mais rabugento, detestável e ao mesmo tempo adorado médico da televisão. House tem outros méritos para ser uma das melhores séries em exibição, mas sem dúvida é Laurie que a torna imperdÃvel.