Crítica sobre o filme "Seminole":

Eron Duarte Fagundes
Seminole Por Eron Duarte Fagundes
| Data: 15/11/2008
Consta que o eminente crítico francês André Bazin elogiou um dos filmes do realizador norte-americano Budd Boetticher. O conceituado dicionarista gaulês Georges Sadoul o definiu como um cultor de faroestes e atribuiu a um de seus filmes o posto de obra-prima.

Seminole (1953), agora lançado em dvd, permite o contato com o cinema deste diretor hoje pouco referido e cujos filmes submergiram no pantanoso terreno do tempo. É um faroeste típico, que trata do embate entre tropas do governo americano e índios aludindo às tentativas de paz e à má-fé de alguns dirigentes brancos, mas a narrativa está longe de manter-se viva hoje em dia, como acontece com alguns trabalhos de John Ford ou Howard Hawks.

A ação cinematográfica em Seminole envelheceu, apesar das correções formais de um bem comportado filme de ação. Com as características do espetáculo americano, mas feito com recursos e condições quase sub-industriais, uma preocupação de arredondar a história por diálogos e situações, Seminole é visto agora quase com indiferença pelos destinos de suas personagens, o líder índio mestiço de branco, o general americano seu amigo depois acusado de traição e condenado ao fuzilamento de que é salvo no momento final pela aparição súbita dos silvícolas e a inevitável presença da mulher entre ambos.

Contando com intérpretes carismáticos e característicos como Rock Hudson, Anthony Quinn, Lee Marvin e Barabara Hale, Seminole talvez não aborreça inteiramente ao espectador, mas nada lhe acrescenta ao saber ou à emoção fílmicos. (Eron Fagundes)