Crítica sobre o filme "Casa da Mãe Joana, A":

Eron Duarte Fagundes
Casa da Mãe Joana, A Por Eron Duarte Fagundes
| Data: 30/01/2009

A casa da mãe Joana (2008), o novo filme do diretor-ator brasileiro Hugo Carvana, é a zorra do cinema brasileiro. Peguem um programa televisivo de riso fácil e metido a besta, interliguem os episódios com a babaquice das personagens e aí está a mãe Joana de nosso cinema. Seria o cinema brasileiro a casa da mãe Joana? O próprio filme de Carvana é uma amostra de que nosso cinema acolhe tudo, inclusive uma bobagem monumental como este filme.

Num jornal de Porto Alegre escreveram que a realização de Carvana tem um clima politicamente incorreto e personagens nada convencionais. Cuido que quem escreveu isto deve ser um baba-ovo da rede televisiva majoritária do país; e as criaturas em cena são tão estereotipadas e já vistas que se transformam na tela em autênticos baba-ovos, babacas, ridículos, pedantes mesmo em sua incorrigível vulgaridade. A casa da mãe Joana é um filme irritante porque tira para bobo o espectador.

Carvana é uma face mítica do cinema brasileiro, participou de obras-primas como Os fuzis (1963), de Ruy Guerra, e Terra em transe (1967), de Glauber Rocha. É bem verdade que seus filmes como diretor nunca foram lá grandes coisas; mas em seu trabalho anterior, Apolônio, campeão da alegria (2003), havia uma costura melhor que ocultava em parte suas superficialidades. Pode-se dizer que em A casa da mãe Joana a estrutura fílmica desmorona inteiramente. (Eron Fagundes)