Crítica sobre o filme "Rock´n´Rolla - A Grande Roubada":

Rubens Ewald Filho
Rock´n´Rolla - A Grande Roubada Por Rubens Ewald Filho
| Data: 04/03/2009

Agora que acabou seu casamento com Madonna, quem sabe Guy Ritchie tem mais tempo para se dedicar à sua carreira, e finalmente realizar-se como a promessa que demonstrou em seus primeiros trabalhos, como “Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes†e “Snatch - Porcos e Diamantes†(não é à toa que o pior filme dele tenha sido o detestável “Destino Insólitoâ€, com a ex, em 2002). Ele criou um estilo de narrativa frenética, nervosa, com cara de vídeogame e videoclipe, ao qual retorna neste novo policial, que promete ter continuação (ao menos, é o que sugere a cena final).

Sem dúvida, é um pouco difícil de seguir, e mesmo reconhecer personagens tão complicados e situações tão improváveis. Mas o humor (negro) ajuda muito a acompanhar as façanhas de um grupo de vigaristas, que tenta dar um golpe envolvendo uma antiga fábrica, que pode valer muito por causa do terreno e da localização.

Dois amigos malandros, sem sorte (Gerard Butler, de “300â€, é o líder), se envolvem num esquema com um ricaço metido a gangster, Lenny Cole (o sempre confiável Tom Wilkinson), que resolve fazer uma negociata com um russo, que tem a má idéia de lhe emprestar um quadro de estimação, que por sua vez é roubado pelo filho drogado e roqueiro de Cole. E este tem que recuperá-lo.
Há ainda uma advogada traidora, que joga com todos (Thandie Newton), e personagens que vão e vêm de forma inaudita.

Na verdade, é melhor deixar o resumo para lá, e se concentrar na narrativa que é moderna, rápida, muito criativa, até sórdida. Que, às vezes, parece se divertir em se auto-criticar, em brincar com o excesso de machismo. Quem já viu algum filme de Ritchie sabe o que esperar, e não vai se decepcionar. O sujeito tem talento e um estilo próprio. Diversão para públicos masculinos. (Rubens Ewald Filho na coluna Clássicos de 07 de novembro de 2008)