Crítica sobre o filme "Estranhos, Os":

Eron Duarte Fagundes
Estranhos, Os Por Eron Duarte Fagundes
| Data: 08/03/2009

Os estranhos (The strangers; 2008), de Bryan Bertino, é uma narrativa de terror bastante primária; as personagens são títeres das situações de horror armadas pelo roteiro e estas situações de horror já foram tantas vezes vistas que o espectador experimentado se surpreende de que alguém ainda se assuste com elas. O filme é um chute estático no vazio e seu propósito —direto, indesmentível— de propor um entretenimento de parque de diversões ao observador descompromissado não funciona bem; os mecanismos que poderiam levar o assistente a divertir-se com os exageros de sangue e amedrontamento das criaturas se esfacelam diante da inutilidade do projeto cinematográfico de Bertino.

O fiapo de historieta de Os estranhos narra a chegada de um casal a uma casa sombria e longe da civilização. Criaturas mascaradas passam a assombrar os pombinhos, chegando tudo à obviedade de um final violento mas inconvincente e jamais perverso como os melhores exemplares do gênero. Bertino não tem o estofo cinematográfico do italiano Mario Bava ou do norte-americano Rob Zombie, para citar dois bem-sucedidos extremos da crueldade a que o horror cinematográfico pode chegar.

Lamenta-se, entre outras coisas, que se desperdice nesta fita de última categoria a juventude e o eventual talento de Liv Tyler. O resto, em Os estranhos, é a mediocridade costumeira. (Eron Fagundes)