Após já ter lançado duas vezes em DVD os filmes de Harry Callahan - a primeira em edições precárias em termos de som e imagem, e posteriormente em versões remasterizadas dentro da "Coleção Dirty Harry" -, em 2008 a Warner diponibilizou nos EUA esta primorosa "Dirty Harry Ultimate Collector’s Edition" em Blu-ray. Infelizmente ainda sem previsão de sair por aqui, são cinco discos BD de camada dupla acondicionados em duas embalagens digipack, envoltas em uma grossa luva de cartolina que, além de todos os filmes, contém ótimos extras e alguns itens de coleção interessantes. Sem dúvida, é um dos boxes em Blu-ray mais atrativos que avaliei - tanto em apresentação como em conteúdo. Iniciando pelo principal, todos os cinco filmes receberam novas transferências widescreen anamórficas em alta definição (1080p/VC-1), onde nota-se que houve a preocupação de preservar as caracterÃsticas originais da pelÃcula. DIRTY HARRY, por exemplo, possui muitas cenas noturnas que destacam a granulação e manchas a elas inerentes. Em MAGNUM 44 notamos granulação mas também melhoria de nitidez, com a imagem apresentando maior nÃvel de detalhes. SEM MEDO DA MORTE possui uma das melhores qualidades de vÃdeo do pacote, apresentando ótimos brilho e contraste, com riscos de pelicula praticamente inexistentes. Beneficiado por ser um filme mais recente, IMPACTO FULMINANTE tem uma das transfers mais limpas e detalhadas. As cenas noturnas são mais claras e nÃtidas que as do filme original, ao mesmo tempo apresentando pretos bem sólidos. DIRTY HARRY NA LISTA NEGRA, o único filme com formato original de tela na proporção 1.85:1 (os demais são 2.35:1), apesar de ser o mais recente, ganhou uma transferência apenas mediana mas que não chega a desagradar. Há pouca granulação e determinadas sequências, como a da perseguição de carros, se destacam pela qualidade.
Todos os filmes possuem opções de áudio em inglês (Dolby TrueHD 5.1 e Digital 5.1), português (BR) e japonês (ambos Dolby Digital 1.0 - ou 2.0 mono, dá na mesma). Além delas, cada disco traz variáveis opções de idiomas, que incluem francês e chinês. Obviamente busquei sempre selecionar as faixas multicanal, e entre elas não notei grandes diferenças. Mesmo o áudio em inglês Dolby TrueHD 5.1, em especial nos filmes mais antigos, permanece nos canais frontais a maior parte do tempo - ainda que haja uma boa distribuição nos efeitos e na música. Nas cenas de ação surgem alguns efeitos surround, mas que não chegam a criar uma efetiva sensação de envolvimento. Os diálogos na maior parte do tempo são claros, e é nos graves que estas mixagens demonstram sua maior carência. Sem dúvida o que mais se beneficiou no áudio remasterizado foram as trilhas sonoras de Lalo Schifrin, que ganharam uma ótima fidelidade. É em DIRTY HARRY NA LISTA NEGRA que os canais surround e o subwoofer finalmente tornam-se mais ativos, mas ainda assim de uma forma bem distante dos padrões de hoje. Por fim, há uma grande quantidade de opções de legendas: português (BR), inglês, espanhol, francês, holandês, alemão, japonês, italiano, etc.