Crítica sobre o filme "Madagascar 2":

Viviana Ferreira
Madagascar 2 Por Viviana Ferreira
| Data: 28/05/2009

Quando Madagascar foi lançado em 2005, foi um grande sucesso. Engraçado, dinâmico, inteligente e cheio de boas lições o filme tinha uma historia altamente original, e personagens graciosamente carismáticos. Muito esperava-se então da continuação Madagascar 2: A Grande Escapada que continua do ponto onde o primeiro longa termina. E embora o resultado seja positivo, nem de longe o filme chega perto do brilhantismo original.

O filme, inicialmente começa com a origem do protagonista Alex, que na verdade nascera na África sendo um herdeiro do reino de seu pai- sim, qualquer semelhança com a historia do Rei Leão NÃO É mera coincidência. O fato é que O Rei Leão foi a maior furada de bola da vida de Jefrey Katzenberg, dono da Dreamworks e ex diretor de criação das animações Disney, na época ele simplesmente renegou O Rei Leão dando toda prioridade a Pocahontas, filme que só se revelou um êxito na trilha de Alan Menken (que foi afastado do projeto do Rei Leão por Katzenberg acreditar que os melhores funcionários Disney mereciam fazer Pocahontas). Jefrey tinha o sonho de abocanhar um Oscar® de melhor filme (já que A Bela e a Fera concorrera à estatueta), e ao esnobar O Rei Leão acabou levando a Disney à um rumo onde os filmes 2-D foram decaindo ao longo dos anos, até passar por uma fase de recessão só quebrada por Encantada. Assim Jefrey talvez tenha exposto sua mistura de orgulho e raiva de O Rei Leão através da historia inicial de Alex, que tem um pai amoroso, um tio rancoroso, e um trono para assumir. Enquanto isto, Marty descobre que existem outras zebras iguaizinhas à ele, e Melman, a girafa hipocondríaca apaixonada pela Hipopótamo Gloria, tem que lidar com seu ciúme ao Gloria conhecer Moto Moto, um hipopótamo com muito músculo mais pouco cérebro.

No meio de toda esta confusão, então vem a trilha incrível de Hans Zimmer, que teve um ano altamente produtivo em 2008 (Kung Fu Panda, Madagascar 2 e principalmente Frost/Nixon), com uma melodia belíssima e totalmente criativa. Mas fora o score incrível de Zimmer, tudo parece ficar aquém. O roteiro deixa falhas (no final das contas se formos analisar há uma pequena grande confusão total), os personagens não estão tão ricos (com exceção de Melman) e a direção parece desordenada. Talvez haja esta impressão pela grande expectativa feita sobre sua continuação, mas o filme no final das contas não supre a grande impressão inicial.

É um filme mediano, sem grande impacto, mas que talvez as crianças gostem (porque o filme acaba ficando no meio do caminho, não sendo nem infantil nem adulto, e acaba não atingindo nenhum foco). Passa despercebido.