Crítica sobre o Blu-ray "Edição Especial" do filme "Blade Runner":

Jorge Saldanha
Blade Runner Por Jorge Saldanha
| Data: 30/05/2009

Nos EUA, esta “versão final†de BLADE RUNNER, produzida por Charles de Lauzirika, foi lançada em DVD em edições com dois, quatro e cinco discos, e em Blu-ray num box / maleta de cinco discos. Aqui no Brasil recebemos uma edição intermediária com três DVDs, e posteriormente esta edição em alta definição com três BDs, acondicionados numa embalagem digistack (com dimensões do padrão de DVD, não de BD) envolta numa luva de cartolina. Comparada com a edição importada em Blu-ray de cinco discos, perdemos dois que continham extras, os de nºs 2 e 4 (que na verdade são DVDs com resolução 480p). Inclusive, se olharmos o rótulo dos BDs lançados aqui, veremos que eles são os nºs 1, 3 e 5, ou seja, a Warner nem se deu ao trabalho de renumerá-los. Mas enfim... fora os extras que restaram (detalhados acima), temos no box quatro versões oficiais do filme: a final de 2007, as duas de cinema de 1982 (uma para o mercado norte-americano e a outra para o mercado internacional) e a "do diretor" de 1992. Todas foram remasterizadas (no formato original widescreen anamórfico 2.35:1) em alta definição 4k, recebendo transferências com encode 1080p/VC-1, mas foi a “Versão Final†que recebeu os maiores cuidados, restaurada digitalmente a partir dos elementos originais de forma a eliminar imperfeições, danos e sujeiras. Temos uma a imagem sem dúvida excelente, que apresenta um nível de detalhe que ultrapassa qualquer lançamento anterior do filme, e isso que sua versão em DVD já era ótima. Os níveis de brilho, contraste e nitidez impressionam, e as cores são mais firmes, vivas e naturais do que nas edições anteriores. Os pretos são sólidos, e mesmo nas cenas mais escuras não vemos ruídos ou artefatos. Percebemos elementos visuais que antes não notávamos, e a perfeição de detalhes e texturas, além da presença de um pouco de granulação inerente à película, indicam a ausência de DNR. As demais versões do filme em alta definição, apesar de não serem o deslumbre visual que é a “Final Cut†(especialmente nas tomadas de efeitos visuais), não fazem feio.

Diferentemente das demais, a “Versão Final†se beneficia de uma estupenda faixa lossless Dolby TrueHD 5.1 (48kHz/16-bit), com dinâmica e espacialidade superiores às mixagens anteriores 2.0 e 5.1. O som está muito bem balanceado, e os canais traseiros agora são empregados à perfeição – nas cenas de rua, somos envolvidos pelos efeitos de transeuntes, chuva e outros ruídos ambientes, fazendo-nos sentir como se estivéssemos mesmo em uma versão futurista e sombria de Los Angeles. Os graves são fortes e “redondosâ€, e os diálogos agora estão muito melhor equilibrados na mixagem. As três outras versões trazem faixas de áudio Dolby Digital 5.1 (640kbps) em inglês e francês, que soam muito bem desde que não comparadas com a TrueHD – além das diferenças de fidelidade e espacialidade, as mixagens são claramente diferentes. Os menus estão em inglês, e lamentavelmente só a “Versão Final†possui opções de legendas em português (BR) - as demais, apenas inglês, espanhol, francês, japonês, coreano e chinês. Enquanto não tivermos BDs autorados aqui no Brasil, essa prática “meia sola†de algumas distribuidoras não vai acabar. E isso, numa edição em Blu-ray que pela tabela custa quase o triplo da em DVD.