O projeto de O EXTERMINADOR DO FUTURO 3 - A REBELIÃO DAS MÁQUINAS rolou por anos em Hollywood, e com a falência da Carolco (a produtora que detinha os direitos da série), bem como a negativa de Cameron em dirigir um novo filme, tudo indicava que um novo filme da série era algo improvável. Mas com o comprometimento de Schwarzenegger no projeto, os produtores Mario Kassar e Andrew G. Vajna finalmente tocaram adiante a produção, sob o comando do diretor Jonathan Mostow.
T3 custou U$ 175 milhões, mas dizem que, somadas as despesas com marketing, o total somaria espantosos U$ 240 milhões! Indiferente a isso, boa parte da crítica proclamou que a produção é uma cópia de O EXTERMINADOR DO FUTURO 2 - O JULGAMENTO FINAL, com a diferença que, dessa vez, o exterminador do mal é uma mulher. Mas o fato é que eu deixei de levar a sério a franquia depois que Cameron, no segundo filme, transformou o Exterminador na babá do garoto Edward Furlong, tirando a maior parte da força do personagem. Para mim, o cyborg sempre será aquela incansável e fria máquina assassina do primeiro filme, e nunca o robô bonzinho que vira o pai substituto de John Connor, o futuro líder da resistência dos humanos contra as máquinas.
Por tudo isso, até me surpreendi com T3. Mostow filmou um roteiro que segue caminhos conhecidos sim, mas o resultado, indiscutivelmente, é o único filme decente que Schwarzenegger fez em muitos anos. Sua trama é simples: após a morte de sua mãe Sarah, o agora adulto John (Nick Stahl) vive à margem da sociedade, sem qualquer registro de sua existência e pensando que a existência da Skynet, a rede de computadores que adquire consciência e provoca um holocausto nuclear, foi evitada pelos eventos mostrados em T2. Obviamente ele está errado, e não demora para que um novo modelo de Exterminador, a T-X (a esbelta Kristanna Loken, vista anteriormente nas séries de TV MORTAL KOMBAT e PENSACOLA) venha do futuro com a missão de matar a ele, sua futura esposa Kate Brewster (Claire Danes) e o pai da moça, um militar no controle da Skynet. Obviamente o velho Exterminador (Schwarzenegger) chega em seu encalço, para proteger a todos.
O EXTERMINADOR DO FUTURO 3, a partir de então, mostra a que veio: muita ação temperada com efeitos especiais que, sem serem revolucionários (como os do segundo filme foram para a época), são competentes - muitos são tão bons que chegam a passar despercebidos. "Schwarza" estava plenamente à vontade no monossilábico papel de sua vida, não demonstrando os 55 anos de idade que tinha à época das filmagens, e algumas de suas cenas (como a de sua chegada do futuro, nu em pleno strip-club) são impagáveis. Apesar das ironias e piadas com o personagem, o roteiro lhe adiciona um lado mais ameaçador e sombrio, que inexistia no segundo filme. Nick Stahl e Claire Danes não deixam qualquer saudade de Edward Furlong e da ex-senhora Cameron, Linda Hamilton. Já a "Terminatrix" Kristanna Loken não está à altura do T-1000 do segundo filme (Robert Patrick), mas ajudada pela equipe de efeitos especiais consegue ser uma vilã convincente, mesmo com sua carinha de anjo. Ao final, a verdade é que temos aqui um filme "B" turbinado por todo o dinheiro gasto em sua produção, e que como entretenimento se sai melhor que a encomenda.