Um caso raro de surpresa do gênero,
Vira-Lata é do tÃpo de filme pelo qual apostaria em seu fracasso. Felizmente, o pequeno e descomprometido filminho almeja esquivar-se da tragédia e entra em um território que, ainda que não totalmente satisfatório aos adultos, se manifesta como uma sessão charmosa e divertida para os pequenos. O filme de Frederik Du Chau apresenta potencial diversamente, com algumas tiradas que funcionam (como as
homages à filmes de super-heróis sérios;
Homem-Aranha e
Superman – O Retorno) e momentos de clima descompromissado que não requerem muito. O problema é que, além de seu público, o filme limita-se covardemente, nunca decolando. Tudo é extremamente infantil e pueril, recorrendo demais ao sentimentalismo barato sempre quando possui algumas chance. Logo, entram em cena os diálogos horrÃveis e os clichês absurdamente chatos. A partir disso, tudo que havia de bom foi condensado. Os últimos 30 minutos, por exemplo, se revelam tão formuláicos que irritam.
Apesar de todos seus erros, ainda é preciso reconhecer que
Vira-Lata esquiva-se do que poderÃamos esperar, longe de ser um filme péssimo. Sua aposta no charme do cachorro e na identificação da criançada com a história cai no lugar certo e cativará bastante os pequenos ao oscilar ação e humor com dinamismo. Afinal de contas, será que eles irão realmente se incomodar com formulas e clichês? Para todos que se encaixam no termo de "eles", e gostam de filmes leves a la "sessão da tarde" sobre cachorros, é um bom pedido. Caso contrário, foram avisados.
(Wally Soares – confira o blog Cine Vita)