Crítica sobre o filme "Final Fantasy":

Jorge Saldanha
Final Fantasy Por Jorge Saldanha
| Data: 10/07/2009

Ainda hoje, oito anos após seu lançamento nos cinemas, há várias razões para que se assista FINAL FANTASY (FINAL FANTASY: THE SPIRITS WITHIN). A mais óbvia é que você estará assistindo a uma animação digital que impressiona mesmo se comparada com a tecnologia atual, uma vez que o nível de realismo das imagens geradas em computador (CGI) não avançou muito mais do que o visto neste longa-metragem inspirado pela famosa franquia de games da produtora Square. Tirando a falta de uma melhor proporcionalidade nos corpos dos atores digitais (principalmente os masculinos), este FINAL FANTASY parece ter sido realizado hoje.

Contudo, o esmero técnico não salvou o filme de ser um grande fracasso de bilheteria – mesmo contando com a co-participação do criador da série, Hironobu Sakaguchi, na direção, roteiro e produção, ele gerou um enorme prejuízo do qual até hoje a Square Enix não se recuperou totalmente. A crítica maior veio exatamente dos fãs, que esperavam algo mais próximo aos enredos dos jogos, e no lugar receberam personagens e história totalmente inéditos. De fato, exceto pelo título Final Fantasy, muito pouco remete aos games – apenas alguns poucos elementos, como o conceito da força vital da Terra – Gaia. Mas os fãs foram compensados com o lançamento em 2005, apenas em DVD, de FINAL FANTASY VII: ADVENT CHILDREN - mas aí já é outra resenha...

Da minha parte, sempre simpatizei com esta produção, que possui uma ótima trilha sonora de Elliot Goldenthal e que, ao contrário da ampla maioria das animações feitas em computação gráfica que chegam todos os anos aos cinemas, é um filme com um conteúdo filosófico e de ficção-científica sério, que não esconde suas raízes espirituais. Complementando a ótima animação digital (Aki e o Dr. Sid são os mais realistas), os atores Ming-Na, Alec Baldwin, Donald Sutherland, James Woods, Ving Rhames, Steve Buscemi, Peri Gilpen e Keith David fizeram um ótimo trabalho nas vozes dos personagens. James Woods particularmente se saiu muito bem como o vingativo General Hein. Pena que o filme não foi um sucesso - Aki poderia ter se consagrado como a primeira sex symbol digital do cinema.