Crítica sobre o filme "The 4400 - A Série Completa":

Jorge Saldanha
The 4400 - A Série Completa Por Jorge Saldanha
| Data: 18/07/2009

Imagine uma mistura de ARQUIVO X, X-MEN e HEROES, e você terá uma idéia do que é THE 4400, série lançada pelo canal USA em julho de 2004 inicialmente como uma minissérie de cinco episódios – um piloto de 90 minutos e mais quatro episódios de 45 minutos. À época, programas como TAKEN e LOST colocaram a ficção científica novamente em evidência na TV, e THE 4400 foi uma tentativa do USA em reverter um pouco dessa onda a seu favor. A diferença, em relação à mais recente HEROES, é que THE 4400 possui um tom mais sério e dramático.

A série foi criada por Scott Peters e incluiu na sua equipe René Echevarria e Ira Steven Behr, egressos das séries derivadas de JORNADA NAS ESTRELAS. O intrigante piloto mostra o retorno, em uma grande esfera de luz, de 4.400 pessoas abduzidas em datas que variam de meses a décadas antes do presente, sem se lembrarem de onde estiveram. Os agentes de uma agência do governo americano Tom Baldwin (Joel Gretsch), cujo sobrinho fora um dos abduzidos, e Diana Skouris (Jacqueline McKenzie), que posteriormente adota um deles - a menina Maia – são designados para monitorar os 4.400 e buscar uma solução para seu mistério, que aumenta à medida que os retornados começam a desenvolver poderes sobre-humanos.

Em seu início a série busca claramente seguir os passos de ARQUIVO X (Dana Scully? Diana Skouris?), com cada episódio sendo focado no “4.400 da semanaâ€. Paralelamente, acompanhamos a vida de alguns deles, personagens fixos ou recorrentes, na tentativa de se adaptar à vida contemporânea e aos poderes recém adquiridos. Ao final destes primeiros episódios, a série cometeu um erro estratégico grave – revelou quem havia raptado todas aquelas pessoas - spoilers a seguir: não foram alienígenas, mas sim seres humanos do futuro. Os próprios produtores admitiram o erro, já que esse elemento poderia ter sido mais e melhor explorado.

A segunda temporada inicia um ano depois, quando os agentes investigam uma espécie de “efeito borboleta†causado pelos 4.400. Aparentemente eles foram enviados para que, com seus poderes, influenciassem eventos do presente, consequentemente alterando o futuro. A partir da terceira temporada começam a se desenhar principalmente dois conflitos potenciais. O primeiro é focado no líder messiânico dos 4.400, Jordan Collier (Bill Campbell), que a exemplo do Magneto de X-MEN, acha que uma guerra entre eles e as pessoas normais é o caminho para a salvação do mundo. O segundo revela uma facção dissidente do futuro que tentará impedir que os 4.400 cumpram sua missão, utilizando agentes infiltrados e Isabelle (Megalyn Echikunwoke), a filha de dois retornados que desenvolve poderes formidáveis.

Mas a falta de personagens mais carismáticos (e elenco idem, à exceção de participações recorrentes de rostos conhecidos do gênero, como Peter Coyote, Jeffrey Combs e Summer Glau), uma indecisão sobre quem é de fato vilão ou não e o ritmo arrastado de vários episódios, acabou afastando boa parte do público. Isso levou a série a ser cancelada no final de sua quarta temporada sem atingir seu potencial, deixando boas idéias e mesmo a promessa de um grande confronto de lado. Além de ter saído em DVD no Brasil, THE 4400 é exibida aqui no canal pago Sci Fi Channel, e na TV aberta estreou recentemente nas madrugadas de sábado do SBT (prova que na TV aberta do Brasil séries servem apenas para tapar os buracos da programação), com o título de OS 4400.