Crítica sobre o filme "Ato de Liberdade, Um":

Rubens Ewald Filho
Ato de Liberdade, Um Por Rubens Ewald Filho
| Data: 23/07/2009

É preciso ressaltar que o diretor deste filme é um cineasta importante, não é uma produção ‘B’ qualquer. Edward Zwick fez filmes O Ultimo Samurai, Nova York Sitiada, Lendas da Paixão, Diamantes de Sangue, Coragem Sob Fogo, Tempo de Glória e foi produtor - criador de séries de TV como “Thirty Something†e “Once and Again†e “Quarterlifeâ€. Certamente ele deve ter sentido a necessidade de responder a uma observação comum, a de que os judeus foram perseguidos pelos nazistas, sem demonstrar muita resistência (a não ser no famoso ghetto de Varsóvia e em resistências semelhantes). Mas há historias da Segunda Guerra ainda não contadas como esta passada em 1941, numa floresta da Bielo Rússia, hoje Belarus.

Liev Schreiber que faz o irmão de Wolverine (Hugh Jackman) no filme atual, aqui também interpreta o irmão do protagonista, no caso Daniel Craig, atual James Bond. Eles são os irmãos Bielski, judeus poloneses que escapam do Leste Europeu e vão se juntar aos guerrilheiros que lutam na Floresta. Mesmo enfrentando preconceitos, eles conseguem formar uma pequena cidade e reunir um pequeno exercito de cerca de mil judeus.

Rodado na Lituânia, com bom orçamento, numa área remota a cerca de cem milhas de onde os fatos realmente ocorreram, o filme não fez o sucesso esperado e não teve a devida repercussão (a não ser pela trilha musical muito elogiada de James Newton Howard, que foi indicada ao Globo de Ouro e também ao Oscar®). O problema talvez seja o roteiro que com a proposta de provar que ‘judeus lutam’ acabou esquecendo de armar melhor a narrativa, caindo em clichês de filme de guerra e partisans.

A dupla central é forte (assim como Jamie Bell, o Billy Elliot que faz um terceiro irmão) , as cenas de ação competentes, ou seja é uma lição de história  que deveria ter proporções épicas, mas que cai demais nas convenções e nas fórmulas. Justamente quando nem devia ter feito isso. (Rubens Ewald Filho na coluna Clásscios de 15 de maio de 2009)

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Edward Zwick para mim é um dos diretores mais técnicos da atualidade. De Diamante de Sangue ao Último Samurai ele atua com competência, onde grandes histórias são contadas com grande produção e sempre ótimas atuações. Só que, em Um ato de Liberdade parece que algo fica faltando...embora a parte visual do filme seja lindíssima (da fotografia aos figurinos) e com ótimos efeitos sonoros, trilha magnífica e boas atuações (principalmente para Liev Schreiber), o filme que narra a história real dos irmãos Bielski que durante a segunda guerra conseguem no meio da floresta reunir mais de 1000 judeus, não tem ritmo, o que acaba prejudicando totalmente o resultado final do longa.

Alias não se pode esquecer que o filme teve problemas nas datas de lançamento, o que fez com que não fizesse sucesso nem de público e que tenha sido muito pouco visto pela critica, sendo que apenas a trilha sonora se sobressaiu acima de todo o visual do filme.

O longa fica então aquém do esperado com a impressão de que se passou muito rápido por algo ou que em outro ponto da narrativa as situações ficaram muito vagas. Uma pena, pois com uma equipe tão eficiente esperava-se muito mais de um filme que se perde na sua própria historia. (Viviana Ferreira)