Crítica sobre o filme "Max Payne":

Rubens Ewald Filho
Max Payne Por Rubens Ewald Filho
| Data: 10/08/2009

Video-games transpostos para o cinema geralmente resultam em grandes bombas e este aqui confirma a teoria, agravado pela direção deste tal de John Moore, que não acerta uma (Vôo da Fênix, Atrás das Linhas Inimigas), com seus trabalhos que tem a profundidade de uma folha de papel. Será que ele não se deu ao trabalho de ler o roteiro e verificar que a história não fazia sentido (tem um momento por exemplo em que ele fica preso numa sala sem saída e no entanto escapa, ninguém explica como!). Será que ninguém percebeu ainda que Mark Whalberg é uma fraude, que não tem qualquer carisma ou presença, e não aprendeu depois de vinte anos de carreira a criar um personagem ou mesmo a ser convincente?

Tudo se junta nesta aventura de terceira categoria. Max Payne é um policial que tenta vingar sua família, mulher e filha, que foi assassinada e também seu parceiro. Embora ele encontre no caminho figuras esquisitas como aquela Bond girl que não deu certo e veio da Rússia (Olga Kurylenko, que é logo eliminada) e o Tenente Bravura (que é feito pelo rapper chamado Ludacris), a história acaba enveredando mesmo pela fantasia por causa de uma droga (que vicia, aliás, o nome já subentende) que se chama Valkyr, transformando as pessoas numa espécie de super guerreiros (não estou revelando muito dizendo que foi o governo que encomendou junto com um laboratório criminoso, porque isto é total clichê). Esse lugar chamado Aesir acaba sendo a corporação vilã, mas tudo é tão obvio que a identidade dos malfeitores é o menor dos problemas.

Muito escuro, com um herói emocionalmente adolescente, prejudicado por um elenco fraco que inclui Mila Kunis (Forgetting Sarah Marshall), o coitado do Chris O´Donnell que depois de Batman perdeu o estrelato e agora é constrangido a fazer coadjuvantes infelizes, este Max Payne é uma perda de tempo, por vezes até ofensiva.