Esta segunda temporada da Série Clássica de JORNADA NAS ESTRELAS dá seguimento aos lançamentos dos episódios remasterizados para alta definição e com novos efeitos visuais, exibidos em 2006 para comemorar os 40 anos da franquia. Para muitos esta é melhor que a primeira temporada, e sem dúvida traz episódios ótimos que estabeleceram as bases de muitas das produções de TV e cinema que lhe seguiram. Nela foi introduzido o personagem do Alferes Chekov (Walter Koenig), com uma peruca ridÃcula para torná-lo parecido com o Davy Jones da banda Os Monkees – felizmente a peruca foi abandonada após alguns episódios.
Houve um desenvolvimento maior do personagem Sr. Spock (Leonard Nimoy), o que também permitiu trazer ao público aspectos inéditos da cultura dos Vulcanos, iniciando já no episódio de abertura, “Tempo de Loucuraâ€. O roteiro de Theodore Sturgeon aborda o ritual de acasalamento da raça de Spock (o Pon-Farr) e nele pudemos ver, pela primeira vez, seu planeta natal. Em “A Caminho de Babel†finalmente conhecemos os pais de Spock, Sarek (Mark Lenard) e Amanda (Jane Wyatt), numa trama que coloca a Enterprise em meio a conflitos diplomáticos com várias raças. E em “Reflexo do Espelho†vemos um Spock mais sombrio, de cavanhaque, no maligno Universo Espelho que seria visitado novamente nas séries derivadas. Outros episódios memoráveis incluem “Problema aos Pingosâ€, onde somos apresentados à s bolinhas peludas que são inimigas mortais dos Klingons, “Um Pedaço de Açãoâ€, onde a Enterprise visita um planeta onde os humanóides locais reproduziram o visual e os mafiosos da Chicago dos anos 1930, e “Nômadeâ€, sobre uma sonda inteligente em busca de seu Criador e que serviu de base para a trama de JORNADA NAS ESTRELAS – O FILME (1979). Estes são alguns exemplos, já que o nÃvel geral de qualidade dos roteiros da temporada é bem alto.
Quanto aos sempre polêmicos efeitos CGI, eles seguem o padrão da primeira temporada – mantendo-se na maior parte do tempo ligados à concepção dos efeitos originais e, ao mesmo tempo, buscando melhor atender as exigências dos roteiros. A Enterprise e outras naves são iguais à s vistas nos efeitos originais, porém com maiores detalhes e movimentos mais elaborados e fluÃdos. Fundos de estrelas, planetas e paisagens foram refeitos, e neste aspecto muitos episódios foram efetivamente beneficiados. Por exemplo, em “Tempo de Loucura†as paisagens do planeta Vulcano ficaram mais próximas à s que vimos nos filmes, inclusive tendo sido incluÃda uma tomada de Kirk, Spock e McCoy atravessando uma grande ponte rochosa para entrar na arena. Já “A Máquina da Destruição†ganhou nova vida, uma vez que os efeitos originais não retratavam bem os embates da Enterprise contra a máquina devoradora de planetas, além de trazer modelos toscos da própria máquina e da nave gêmea da Enterprise, a Constellation. Com tudo refeito em CGI o episódio ganhou maior dinâmica nas cenas da nave sendo sugada pela máquina, ou da Enterprise manobrando para disparar seus phasers.
Os computadores também foram usados para dar retoques mais discretos aos episódios, porém igualmente importantes. Por exemplo, eles eliminaram os fios, antes claramente visÃveis, que sustentam a sonda Nômade e os pequenos alienÃgenas que surgem ao final de “O Dia das Bruxasâ€. Já em “Eu, Muddâ€, o interior “analógico†do andróide Norman foi substituÃdo por componentes digitais – pequenos toques que ajudam a sutilmente polir e atualizar um pouco o visual datado da série, de forma a torná-la mais atraente para as plateias de hoje. De qualquer modo, a essência do que é JORNADA NAS ESTRELAS e a torna um dos maiores clássicos da TV em todos os tempos, permanece intocada.