Crítica sobre o filme "Anjos da Noite: A Rebeliço":

Jorge Saldanha
Anjos da Noite: A Rebeliço Por Jorge Saldanha
| Data: 26/09/2009

Sem Len Wiseman na direção (aqui limitando-se ao roteiro e à produção) e com sua esposa Kate Beckinsale dedicando-se a outros projetos, neste ANJOS DA NOITE: A REBELIÃO (2009) assumem, respectivamente, Patrick Tatopoulos (o criador das criaturas nos dois filmes anteriores, aqui estreando na direção) e Rhona Mitra (do recente JUÃZO FINAL). Não dá para dizer que essas trocas foram problemáticas, já que o filme mantém o ritmo e o padrão de seus predecessores e, por ser uma prequel, não teria mesmo a personagem de Kate no elenco – mas ainda assim ela aparece no final, que reprisa a cena de abertura do filme original de 2003. Mas o maior mérito desta produção é transformar o que eram apenas flashbacks nos outros filmes em 92 minutos que, na maior parte do tempo, dificilmente decepcionarão aos fãs da franquia.

Assim voltamos no tempo vários séculos, para uma época onde temos de um lado os lycans selvagens, lobisomens incapazes de se transformarem em seres humanos; e do outro os nobres vampiros que, protegidos em uma fortaleza, controlam lobisomens e seres humanos em uma sombria região da Europa. O status quo começa a mudar com o nascimento de Lucian, o primeiro lycan capaz de transformar-se em homem ou lobo quando quiser. Criado como um escravo por Viktor no castelo, Lucian apaixona-se e é correspondido pela bela filha do líder dos vampiros, Sonja, uma Mercadora da Morte. O que se segue é previsível – até porque quem acompanha a saga já sabe o que acontecerá: Lucian começa a transformar humanos em lobisomens com a mesma habilidade de controlar as transformações, lidera os selvagens lycans numa rebelião avassaladora contra os Vampiros, etc.

Se ANJOS DA NOITE: A REBELIÃO é sem dúvida inferior ao longa que deu origem à série, ele está pelo menos no mesmo nível do segundo filme, ANJOS DA NOITE: A EVOLUÇÃO (2006). Só não é melhor porque as limitações do orçamento não permitiram dar a ele a dimensão épica que a história exigia – a guerra entre vampiros e lobisomens, fora algumas emboscadas ao longo do filme, limita-se ao grande ataque ao castelo no final. Mas as presenças do sempre ótimo Bill Nighy e de Michael Sheen, este em evidência após FROST/NIXON, garantem suficiente qualidade para que tenhamos aqui pelo menos um bom e descompromissado filme-pipoca, com uma trama que agrega elementos de ROMEU E JULIETA e A CONQUISTA DO PLANETA DOS MACACOS.