Crítica sobre o filme "Monstro Vs. Alienígenas":

Wally Soares
Monstro Vs. Alienígenas Por Wally Soares
| Data: 12/10/2009
Sempre haverá um equilíbrio em Hollywood no que se diz respeito à animações. A Pixar já se consolidou como o Santo Graal do gênero e, de ano em ano, podemos esperar algo fantástico deles. Os outros estúdios americanos, vez ou outra, marcam. Mas o mais usual mesmo são as comédias mais rentáveis. As animações que possuem como foco uma pegada mais cômica dominam o mercado pelo aspecto financeiro (sempre o importante em Hollywood, claro). O resultado são alguns trabalhos burocráticos, mas não tem como evitar as virtudes que muitos trazem, ainda que em menor grau. Monstros vs. Alienígenas abre com a logo de assinatura da Dreamworks SKG (segmento especial para animações) e ainda é a mesma música de Shrek, o primeiro projeto do estúdio segmentado e, até hoje, sua supremacia. Shrek foi um projeto magistral que uniu o rentável com uma originalidade genial. O se seguiram foram bons filmes (alguns bem regulares), mas nunca um que trouxesse o mesmo peso artístico. A exceção sendo Shrek 2 e, talvez, Kung Fu Panda.Monstros vs. Alienígenas une na direção um dos criadores do regular O Espanta Tubarões e um dos cineastas por trás da primeira sequência de Shrek. O resultado é uma obra cheia de pequenas virtudes que nos mostram que existe algo de vibrante, quase genial aqui. Por outro lado, o burocrático existe, e este impõe um limite à história e aos personagens que evita que a obra alce vôo e alcance todo o seu potencial.

O título explícito em sua rentabilidade traz a tona uma divertida história. Tudo começa com Susan Murphy, prestes a se casar, quando um meteoro cai em cima dela. Ela logo começa a crescer incontrolavelmente, se tornando gigante. Em sua nova forma abnormal e aterrorizante, ela é levada à um departamento sigiloso do governo, uma espécie de "arquivo-x", onde monstros foram presos ao longo dos anos. Ela conhece então B.O.B., uma bolha desmiolada, o cientista louco Doutor Barata, o Elo Perdido e um gigante inseto. Eles são libertados quando o governo vê que são a única esperança da humanidade após a chegada ameaçadora de alienígenas.

Em seu núcleo, Monstros vs. Alienígenas resgata tanto o clássico quanto o contemporâneo. Ao mesmo tempo em que traz o envolvimento hoje inevitável do 3D, que mostra sua influencia na metragem desde a cena inicial com um personagem jogando ping-pong em direção á tela, a obra ainda resgata elementos clássicos do cinema antigo dos filmes-B. Foi uma escolha acertada construir os monstros do título tendo como base influências dos cultuados filmes de monstro dos anos 50. Neste aspecto, é divertido identificar as raízes dos personagens. B.O.B., por exemplo, está obviamente ligado à A Bolha, ao passo que o Dr. Barata lembra a transformação do personagem em A Mosca. Ginórmica traz a tona A Mulher de 15 Metros, enquanto o Elo Perdido bebe da fonte de O Monstro da Lagoa Negra. Todos personagens revestidos sob o clássicos e, em formato moderno, comandados por aspirações contemporâneas. Este equilíbrio é virtuoso, até porque um aspecto admirável no filme é que ele nunca se deixa levar pelo 3D, evitando moldar sua narrativa em prol do recurso, mas vice-versa.

O forte contínuo de Monstros vs. Alienígenas, porém, é seu humor exacerbado. Em todos os seus noventa e poucos minutos, a comédia lidera de forma engenhosa. As piadas funcionam maravilhosamente (com raras exceções), existe genialidade a ser apreciada em diversos momentos e há alguma espécie de criatividade construída em cima dos artifícios visuais. A dublagem original é elemento fundamental para a apreciação cômica. O casamento entre vozes e personagens é impecável e o humor na maior parte provém deste fator irrepreensível. Seth Rogen, por exemplo, cria com sua bolha um personagem eterno, ao mesmo tempo em que Kiefer Sutherland molda uma voz excepcional para o general. São aspectos que divertem, provocam o sorriso e almejam manter o clima leve e descomprometido. E, como em qualquer animação recente, os personagens secundários roubam a cena frequentemente. Seja a mulher escandalosa ou o próprio presidente dos Estados Unidos, dono das melhores cenas.

A estética da animação impressiona. As sequências de ação, por exemplo, são construídas como se fossem tomadas longas e abertas, quase como se fosse um filme em live-action. Neste caso, os efeitos especiais merecem ser mencionados, em papel fundamental. E, assim, o envolvimento da audiência é explorado graciosamente. Por outro lado, a ação contínua pode desgastar a narrativa, e chegamos à um ponto onde a metragem se perde. O que falta mesmo aqui é um apego emocional mais forte. O drama de seus personagens enfrenta a banalidade constante e eles nunca são bem conduzidos quando se diz respeito emoções e plausibilidade. É um fraco que traz a tona o clima mais burocrático, e transforma o que poderia ter sido uma maravilhosa animação em apenas entretenimento caloroso. A obra possui momentos impagáveis e oferece divertimento incontestável, mas não extrai todo o potência de suas ótimas idéias, se transformando em um divertimento passageiro que não será lembrado após o fim da sessão, por mais que a experiência possa ter sido caprichosa. (Wally Soares)

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A Dreamworks, produtora de Steven Spielberg e Jefrey Katzenberg (o ex diretor de animação da Disney), durante todos estes anos, nos deu de presentes filmes que conquistaram não só o coração da criançada como os de nos, adultos também: da trilogia de Shrek, passando por Spirit e o recente sucesso Kung Fu Panda, eles sempre rivalizam com a Disney/Pixar nas premiações (e nas bilheterias também).

Com Monstros vs. Alienígenas o objetivo era homenagear as historias de ficção cientifica da década de 60, mas parece-me que o resultado ficou um pouco vazio e confuso para o entendimento infantil. Claro que, lembrando que nos últimos anos as animações vem sido cada vez mais complexas e adultas, é de se esperar que os filmes continuem seguindo esta linha...mas em um ano onde nem Up! Altas Aventuras conquistou a atenção das crianças e Coraline o filme de animação mais complexo emocionalmente dos últimos anos fazer um grande sucesso de critica e publico para sua modesta produção, Monstros vs. Alienígenas, pelo menos para mim é um projeto incógnita, pois, embora seja um filme satisfatório, seu roteiro tenta ter tanta ação em suas cenas que acaba tornando-se cansativo.

O filme começa sua historia mesmo quando alienígenas invadem os EUA e o presidente é convencido a utilizar um grupo secreto de monstros para combater esses alienígenas. No grupo estão o inteligente Dr. Barata, Ginórmica (que foi atingida por um meteoro no seu casamento e cresceu na altura de 15 metros), Elo Perdido (metade peixe, metade macaco), B.O.B e o Inssetossauro.

Mas aí é que esta, o filme já começa com tantos personagens monstros que já cria uma pequena confusão. É claro que existem alguns momentos engraçados, e uma competente trilha de Henry Jackman (produtor inglês que já trabalhou com Take That e Boyzone), o filme tem seus pontos positivos. Mas não há, pelo menos desta vez, um apego com a historia, e os personagens não são tão carismáticos a ponto de serem inesquecíveis. Parece que falta algo, que em algum momento houve alguma lacuna.

Infelizmente, poderia ter sido uma grande animação, em um ano onde a Disney volta a lançar um filme em 2-d, Hayao Miyazaki lança sua obra mais doce com “Ponyo e o segredo do mar†e até mesmo Wes Anderson lança uma animação em grande estilo, parece que Monstros Vs. Alienígenas não é encantador o suficiente para permanecer na mente dos espectadores até a época das premiações. Poderia, com certeza, ter sido melhor. (Viviana Ferreira)