Esperava-se muito deste reencontro de dois ícones do cinema moderno, Robert De Niro e Al Pacino que, apesar de amigos, antes se encontraram apenas em O Poderoso Chefão 2 (The Godfather Part II - 1974) - onde nunca se cruzavam porque faziam pai e filho em momentos diferentes - e numa única cena em Fogo contra Fogo (Heat - 1995). Mas este filme foi malhado pela crítica americana (e também daqui), que o achou um episódio esticado de Law & Order, e fracassou nas bilheterias. Pode ter melhor futuro em home vídeo, onde não ficam tão claras suas falhas, principalmente sua história previsível, com uma dita reviravolta que não é bem surpresa (até porque há poucas alternativas).
Para mim, há um problema incontornável. Faz tempo que DeNiro caiu em cacoetes e caretas, está se repetindo e virando uma caricatura. Pensei que aqui fosse se reabilitar, mas isso não chega a acontecer. Seus esgares estragam sua experiência, deixando o campo livre para Al Pacino que, apesar de super-representar, está com maior domínio da cena e, mesmo por trás do exagero, consegue passar certa humanidade.
Não ajuda o fato do filme ser extremamente banal, contando mais uma vez outra história de corrupção policial em Nova York (ainda que com a ajuda de um excelente elenco de apoio, de gente conhecida). Outra história de um serial killer que ataca na cidade, só que desta vez matando pessoas que escaparam, por alguma razão, da cadeia ou de punição (como em Dexter). Mas não custam a descobrir que esse assassino deve ser um policial. Daí a novidade um serial killer policial!
Pacino (como Rooster) e DeNiro (como Turk) são dois velhos amigos e companheiros, parceiros de trabalho. Obviamente, tentam se proteger e ambos conhecem as vítimas. O filme mostra um deles como o provável matador, o que se complica porque DeNiro mantém um relacionamento sexual com uma colega agente policial (Carla Cugino), que gosta de sexo violento.
Melhor não comentar muito mais, mas o fato é que o filme decepciona até mesmo os fãs da dupla.