Crítica sobre o filme "Garota Infernal":

Jorge Saldanha
Garota Infernal Por Jorge Saldanha
| Data: 04/03/2010

GAROTA INFERNAL foi um filme aguardado por muitos, já que marcou a parceria entre a badaladíssima Megan Fox (TRANFORMERS) e a roteirista/produtora Diablo Cody, ganhadora do Oscar por JUNO. Dirigido por Karyn Kusama (do medíocre AEON FLUX), o filme não fez jus ao hype que teve e gerou reações controversas. Lançado sem maior alarde nos cinemas do Brasil, acabei deixando para conferi-lo, em alta definição, no aconchego do lar... e tendo-o feito, não dá para dizer que o longa seja muito mais do que é – um teen horror com sangue em profusão -, porém ele sem dúvida tem algumas características que o colocam um pouco acima da média do que vem sendo produzido no gênero, ultimamente.

Por ser um filme comandado por mulheres, não é de admirar que ele seja claramente feminista. Os personagens fortes são todos garotas, restando aos rapazes a mera função de idiotas manipuláveis que servirão de repasto para a Jennifer (Megan Fox), que após ser oferecida em sacrifício como virgem (e não era) ao demônio, vira literalmente uma devoradora de homens. Talvez por isso a sensualidade das atrizes seja pouco explorada: é como se as realizadoras não quisessem fazer concessões nem aos garotos do filme, nem aos da platéia. A nudez é mais sugerida que outra coisa, as cenas de sexo são pudicas e o momento mais quente é um beijo de língua entre as amigas Needy (Amanda Seyfried, de MAMMA MIA) e Jennifer. O que tem sua lógica dentro da trama, baseada fundamentalmente na discussão do relacionamento das duas garotas. E apesar de toda a badalação em torno da personagem de Fox, que começa já a partir do título original em inglês, é na verdade a Needy de Seyfred o fio condutor de todo o filme.

Com garotas dominadoras, elementos sobrenaturais, bandas de rock e ambientação no colegial, a impressão que tenho é que Cody, na criação de GAROTA INFERNAL, inspirou-se bastante na série de TV BUFFY, A CAÇA-VAMPIROS. Impossível não se lembrar de Buffy Sommers ao ver a aparentemente frágil Needy “chutar traseirosâ€, e não seria de admirar que se houvesse uma continuação ela se chamaria “Needy, a Caça-Demôniosâ€. Uma pena que tenha faltado mais um pouco de ousadia na produção, o que poderia ter resultado em algo realmente diferenciado, talvez até mesmo um novo clássico no gênero. Ainda assim é recomendável para quem é fã deste tipo de filme e, obviamente, da belíssima Megan Fox – que vem aí em JONAH HEX, ao lado de Josh Brolin.