Por Viviana Ferreira
| Data: 25/03/2010
Devo dizer primeiramente que gosto muito de Lasse Hallstrom. Ele é um diretor sueco, que encantou o mundo em 1985 com aquele filme mega ultra legal chamado "Minha vida de Cachorro" e que, anos depois, invadiu Holywood tornando-se o chamado "diretor de cinema de autor" por seus trabalhos em "Regras da Vida", "Chocolate" e "Chegadas e Partidas". Mas é sem "Sempre ao Seu Lado" que ele consegue desenvolver a história mas forte de seu currÃculo desde "Gilbert Grape" e emocionar o público ao contar a história real de um cão que foi fiel à seu dono até a morte. O filme que ainda não foi lançado nos EUA (e talvez não o tenha sido pelo fato do filme estar sendo elogiado por onde é lançado-o que fez o longa ser transferido para 18 de Dezembro de 2010 nos Estados Unidos) mas é um sucesso por onde passa. No Japão, o qual a real história se passou, o filme quebrou recordes de bilheteria...na Europa, o longa foi muito querido e as criticas foram extremamente positivas.
Pois bem, o filme conta a história de Hachiko, um cãozinho Akita que é encontrado por Parker (Richard Gere) que logo se encanta pelo animalzinho e o leva pra casa, para desespero de sua esposa Cate (Joan Allen, como coadjuvante de luxo). O cãozinho cresce, e é o melhor amigo de Parker o acompanhando até a estação de trem todos os dias. Ocorre que Parker falece de infarto causando um baque na famÃlia e principalmente em Hachiko que irá demonstrar toda a sua lealdade indo todos os dias na estação esperar seu amigo que não voltará mais. Sim, o filme é de chorar, e até os mais cults, céticos, chatos e nerds jedis cinéfilos irão se emocionar com a trajetória de um cão que demonstrou todo o amor pelo seu dono. Sim, Richard Gere e Joan Allen não são as estrelas do filme, eles são apenas adornos pro cão...mas a maneira como a história é contada (na vida real, no inicio do século XX, Hachiko esperou seu dono durante 9 anos na estação de trem Shibuya em Tokyo) por Stephen Lindsey (que miraculosamente assina por seu primeiro roteiro), é que faz a diferença. Embora seja um filme dramático o longa esbanja em inteligência e emoção sem se tornar abestalhado (como muitos dramas se tornam por seus exageros) e a trilha soberba de Jan A.P. Kaczmarek (mas uma vez mostrando que é um compositor impecável) dá o toque final ao filme, que merece ser visto por sua suavidade e nostalgia.
Em uma época onde nós nos preocupamos só com filmes grandiosos e oscarizáveis, Hachiko vem para nos mostrar que um pequeno filme sem pretensões muitas vezes faz a diferença. (Viviana Ferreira)