Crítica sobre o Blu-ray "Sony Pictures - 119 Min." do filme "Homem Sem Sombra":

Jorge Saldanha
Homem Sem Sombra Por Jorge Saldanha
| Data: 15/04/2010
O Blu-ray de O HOMEM SEM SOMBRA chegou sem nenhum alarde por aqui ano passado (foi lançado originalmente nos EUA em 2007), e era um título bem difícil de encontrar. A versão do filme disponível em Blu-ray é a versão do diretor, que adiciona seis minutos à que foi exibida nos cinemas, e anteriormente estivera disponível em DVD. O que de saída se constata no Blu-ray é que, para um título de catálogo que está completando 10 anos, a qualidade da imagem é ótima.

A transferência anamórfica 1080p no aspect ratio original 1.85:1, que emprega o codec MPEG-4, é praticamente perfeita. A imagem é cristalina, altamente detalhada, preservando sem filtros digitais como DNR e edge enhancement as características originais da película, inclusive sua leve granulação. Níveis de preto, contraste e nitidez são elevados, as cores são bem balanceadas, sólidas, com tons de pele naturais. Danos de película, artefatos de compressão ou macroblocking são inexistentes. O vídeo deste Blu-ray só não leva nota máxima por conta de um efeito que me incomodou um pouco: em cenas panorâmicas e com movimento de câmera mais rápido a imagem não flui naturalmente, como se houvessem retirado alguns frames da sequência. Contudo esse efeito “jerky†ficou bem minimizado quando acionei o circuito 120Hz da TV.

Quanto ao áudio, há várias dublagens lossy Dolby Digital 5.1 (inclusive em português), mas sem dúvida nenhuma delas é páreo para a faixa lossless em inglês Dolby TrueHD 5.1, que valoriza sobremaneira a excelente mixagem do filme. Verhoeven sabe que muito da eficácia de um filme de suspense ou de horror vem do adequado uso do som – sutil em determinados momentos, ameaçadoramente envolvente em outros, agressivo para fazer o espectador pular da cadeira. Aqui, temos canais surround muito bem empregados e ativos, que na maior parte do tempo nos envolvem com efeitos discretos e precisamente direcionados. Além disso, para um filme com 10 anos, o poder dos sons de baixa frequência surpreende, especialmente na meia hora final onde graves potentes complementam as cenas de ação. Por fim, a ótima fidelidade faz justiça a mais uma trilha sonora acima da média de Jerry Goldsmith, que inicia com o lirismo sutil de seu tema principal (uma espécie de desconstrução do tema que compôs para Verhoeven em INSTINTO SELVAGEM) e se encerra com as explosões da orquestra que acompanham a movimentada conclusão do filme.

Por fim, temos legendas (amarelas) também em vários idiomas, inclusive em nosso português. Os menus também estão disponíveis em português, porém com alguns problemas de tradução nos extras.