Dirigido e escrito por Stephen Elliot de Priscila, a Rainha do Deserto esta comédia inglesa embora tenha um grande elenco, acabou fadada ao fracasso talvez por ser despretensiosa demais e ensaiar ser um mezzo musical o que acabou prejudicando muito o filme. Mas pra mim é um dos filmes mais esquecidos do ano passado que tem uma parte técnica impecável e um roteiro muito divertido.
A história gira em torno de Larita (Jéssica Biel) e John (Ben Barnes). Larita é americana e divertida e casa-se impulsivamente com John um jovem grande partido que agindo também por impulso a leva para a casa de seus pais um casal inglês daqueles de por medo na nora mais afável, enquanto Mr. Whitaker (Colin Firth, excelente) é distante e quieto, quem dá as rédeas da casa é Mrs. Whitaker (Kristin Scott Thomas, divertidíssima) uma inglesa tradicional que acha um ultraje seu filhinho ter se casado com uma americana tão moderna e ainda por cima viúva. Pra completar a família, Hilda (Kimberly Nixon) e Marion (Katherine Parkinson) são as irmãs chatinhas de John e só vão atrapalhar ainda mais a vida de Larita que custa a se adaptar no local que lhe é tão hostil.
O que chama a atenção no filme é que ele mexe com esta idéia do que é certo e do que é aparência, sendo esta muito importante para muitas famílias tradicionais. O interessante também é salientar a falta de sintonia do casal principal, que é feita claramente de propósito, para que tenhamos uma sensação de que realmente os dois não se encaixam. Até em termos físicos, embora Ben seja alto, seus traços são delicados demais para a beleza mais grandiosa de Jessica Biel (e mais interessante ainda é notar que Bem é mais velho que Jessica). Fantástico também está Colin Firth como um homem que tem muito a dar mas que não espera nada de ninguém e vê em Larita, uma chance de um novo rumo e Kristin Scott Thomas arrasa como uma eterna sogra megera.
A parte técnica do filme também é ótima, destacando a fotografia de Martin Kenzie (que tem em seu currículo a série Roma) e a direção de arte de Mark Scruton (de Stardust e Star Wars - Ataque dos Clones). A única ressalva que faço é em relação à essa mezzo mistura que envolve algumas canções do filme onde a bela trilha de Marius de Vries (de Moulin Rouge e Romeu e Julieta) é muito mal utilizada.
De qualquer modo é um bom filme, que merece ser visto pela menos pelas ótimas performances de Firth e Scott Thomas.