Crítica sobre o filme "Sherlock Holmes":

Viviana Ferreira
Sherlock Holmes Por Viviana Ferreira
| Data: 21/05/2010

Quando o projeto SHERLOCK HOLMES foi finalmente levado às vias de fato, eu fiquei logo na torcida pelo longa, principalmente por ser Robert Downey Jr. o escolhido para interpretar o personagem principal. E ocorrem duas situações possíveis quando temos uma expectativa alta demais em relação a um filme - ou ele nos frustra, ou ele realmente corresponde aos nossos anseios. Neste caso felizmente devo dizer que o longa me agradou muitíssimo e até agora estou encantada com o filme, que soube adaptar de modo inteligente e inovador as aventuras do investigador mais querido do mundo da literatura.

Aqui vemos Sherlock não só como o investigador lógico, mas também como um lutador, aventureiro, perspicaz e esperto. O filme começa com Sherlock e Watson resgatando uma jovem de um ritual de magia negra que é praticado por Lorde Blackwood. O Lorde é preso e condenado ao enforcamento, mas "ressuscita" e volta a amedrontar os habitantes de Londres. Para resolver essa situação, Sherlock contará também com a ajuda da ardilosa Irene Adler (que aqui está a mando do Professor Moriarty, já mostrando que haverá continuação do longa pois aqui o arquiinimigo de Holmes não aparece), na verdade uma paixão sua, e muitas situações vão se desenrolar ao longo da trama que é marcada pelas sacadas inteligentes e belas cenas de ação.

Devo dizer que o elenco foi escolhido de modo genial. Rachel McAdams está ótima como Irene, e Jude Law hilário como Watson. O inspetor Lestrade é interpretado por Eddie Marsan, Kelly Reilly faz Mary Morstan (noiva de Watson) e Marc Strong mais uma vez mostra que sabe desenvolver ótimos vilões ao interpretar Lorde Blackwood. Mas o show aqui é de Robert Downey Jr. Em uma das grandes atuações de 2009 e uma das melhores de sua carreira (eu sou apaixonada por ele desde CHAPLIN), aqui ele faz um Sherlock divertido e excêntrico, concentrado e ágil. Meu sonho era ter visto ele indicado ao Oscar por este papel este ano, mas ele ganhar o Globo de Ouro comédia/musical deste ano por si só já foi algo muito positivo.

A parte técnica do filme também é incrível. A direção de Guy Ritchie é ótima, conduzindo de modo preciso e certeiro a trama, sem torná-la cansativa (para mim é a melhor direção de sua carreira até agora) e o roteiro é de Anthony Peckham (que também assina o roteiro de INVICTUS). A fotografia é de Phillipe Rousselot, a direção de arte de Sarah Greenwood (que foi indicada ao Oscar e que para mim foi a direção de arte do ano) e os figurinos são de Jenny Beavan (ótima como sempre), mas o grande destaque é mesmo a trilha de Hans Zimmer (também indicado ao Oscar este ano por esta trilha) que consegue compor um score originalíssimo e delicioso, único e criativo. A mixagem de som também é excelente (me lembrou a mixagem de AMÉLIE POULAIN) e os efeitos também são muito bons.

É um filme pipoca, que por sua qualidade conseguiu sobreviver a AVATAR em seu lançamento nos cinemas (conseguindo arrecadar 518 milhões de dólares no seu total) e que terá uma seqüência. Se for assim tão divertido, charmoso e adorável, estarei esperando ansiosamente por essa franquia.