Um filme mediano, que agrada a alguns fãs do gênero, tem na sua edição em “alta-definição” sérios problemas. Como de hábito, a Imagem Filmes tem o “poder” de refazer a “masterização” de seus filmes em Blu-ray. Quase sempre para adequar o filme para um disco de BD com uma camada, o BD25. Claro que a qualidade em si fica comprometida, pois não usa os recursos disponíveis para se ter uma qualidade técnica adequada e sim conter custos. O mesmo ocorre com os DVDs da distribuidora, claramente “adaptados” para a locação. Aqui a imagem é mediana em alta-definição, granulada e com cenas por vezes (mais) granuladas. Cores fortes nas cenas mais claras. Na sua maioria no filme, nas cenas escuras falta de definição e contraste. E o mais importante: tons de preto puros. Talvez para os mais inexperientes esta parte técnica não faça diferença, mas para os que já tem a qualidade do Blu-ray nos olhos percebem o descaso. O “codec” utilizado é o MPEG-4 AVC 1080p, mas o “bitrate” médio é de apenas 18,60Mbps. Isto significa comprovadamente uma deficiência, pois não fica, na realidade, com a teórica qualidade 6 vezes maior do que a de um DVD. A média de “bitrate” aceitável para o formato seria de 26Mbps. E com cuidados na sua variação, principalmente na transição de cenas. O que não é o caso. O mesmo acontece com o áudio, embora tenha bons efeitos nos canais surround na trilha”lossless”, disponível apenas no idioma original. Já a razoável dublagem pelo menos está com qualidade, mesmo que apenas em DD 5.1. Extras? Nenhum. Em pensar que a edição americana tem um disco com dupla camada para amenizar a deficiência da digitalização (BD50) e tem vários featurettes, cenas excluídas (com quase meia-hora), comentários em áudio e outros materiais que ajudariam até a compreensão do filme... Mais um descaso, na verdade, um engodo para dizer que nas prateleiras da sua locadora há “muitos” filmes em Blu-ray! Mesmo assim, para que quer assistir ao filme e tem como escolher a tecnologia, é sempre melhor o BD. Mas não vale uma compra.