Crítica sobre o filme "Flyboys":

Jorge Saldanha
Flyboys Por Jorge Saldanha
| Data: 28/06/2010
FLYBOYS é uma curiosidade do moderno cinema Hollywoodiano por tratar de um conflito raras vezes abordado nas últimas décadas - a Primeira Guerra Mundial. Como se isso não bastasse, baseia-se livremente na história verídica e pouco conhecida de pilotos norte-americanos que, a bordo de caças biplanos franceses, combateram os temidos ases da força aérea alemã. James Franco (trilogia HOMEM-ARANHA) interpreta Blaine Rawlings, jovem ianque que, para fugir da prisão em seu país, viaja para a França e alista-se na Esquadrilha Lafayette, braço da Força Aérea francesa composta quase toda por voluntários norte-americanos. Com seus colegas de esquadrão, ele treinará e posteriormente combaterá nos céus da Europa.

Os grandes méritos desta produção de 60 milhões de dólares são as sequências que mostram o treinamento não ortodoxo (na verdade, precário) recebido pelos pilotos, e os movimentados combates aéreos que empregam aviões reais da Primeira Grande Guerra, modelos e principalmente efeitos de computação gráfica em sua maior parte. As cenas de combate por si já valem por todo o filme, ainda que, por vezes, as imagens CGI e a própria progressão das cenas as deixem parecidas com um videogame onde os pilotos deverão enfrentar oponentes, ou “chefesâ€, cada vez maiores e mais difíceis.

Uma pena que o filme do praticamente desconhecido diretor Tony Bill não tenha tido a ambição de ser um drama de guerra mais sério, prendendo-se demais a uma narrativa clássica, para não dizer antiquada. O que vemos nunca deixa de ser uma aventura típica de sessão da tarde, com situações clichê e personagens estereotipados: o preconceito racial contra o piloto negro, a não aceitação inicial dos novatos pelos veteranos, o romance do herói com uma jovem francesa, etc. Tudo muito previsível, restando ao espectador apenas adivinhar quem morrerá, e quando. Felizmente o elenco, encabeçado por Franco e pelo sempre eficiente Jean Reno, consegue fazer com que seus personagens superem os estereótipos e tenham um pouco de vida própria.

Nas mãos de um verdadeiro cineasta FLYBOYS poderia ser, se não um novo clássico do gênero, pelo menos um grande filme. Porém, mesmo com suas limitações, não merece o fracasso de bilheteria quando de sua estreia nos cinemas. Possui alto padrão técnico, traz belas imagens que são valorizadas pela alta definição do Blu-ray e parece ser bem mais curto do que suas quase duas horas e meia. Já é alguma coisa.