Crítica sobre o Blu-ray "Disney/Buena Vista - 108 Min." do filme "Alice no País das Maravilhas":

Edinho Pasquale
Alice no País das Maravilhas Por Edinho Pasquale
| Data: 15/07/2010

Como é difícil fazer uma resenha. Caro leitor, você nem imagina as variáveis envolvidas. A controvérsia começa com a qualidade do filme, que uns adoraram, outros nem tanto. Mais pela expectativa de mais uma edição da dupla Burton/Deep para um clássico do cinema e da literatura. Mas nada é definitivo, assim como esta análise do filme em alta definição, o Blu-ray. A qualidade técnica pode também manter a polêmica. Por um lado, a imagem digitalizada está perfeita, com uma gama de cores impressionante, conforme a fotografia do filme, que vai da coloração extrema até cores pálidas em paletas quase que monocromáticas. A dúvida fica na transcrição para o “2D”, já que a exuberância das imagens em “3D” dos cinemas tem algum comprometimento aqui. Se há um nível de detalhes e coloração quase que perfeitos, fica o incômodo em algumas cenas da falta de profundidade da fotografia em várias cenas. Isto é, os fundos e até os primeiros planos estão completamente “desfocados”, para um eventual realce no 3D. Se você ignorar este detalhe, a imagem e qualidade do BD está impecável. Se você se incomodar com este “efeito”, fica comprometida. E ainda tenho uma restrição: o BD apresentado aqui tem edição em BD50 (ou seja, que poderia ter mais qualidade focada na imagem). Mas apenas 25Mb são utilizadas por ela, com taxa de transferência média de 24Mbps. Se a edição é a mesma da “internacional” neste aspecto, fica a falha de conter menos extras para completar o tamanho do disco. São utilizados apenas 30Mb dos 50Mb disponíveis. Se você dispensar todos estes aspectos mais técnicos e se ater ao que o seu olho visualiza, sem estes “problemas” de profundidade de campo, a imagem está perfeita. Senão, está apenas OK. Afinal, o “codec” MPEG-4 AVC está até que satisfatório. O áudio pelo menos está quase perfeito, pelo menos na trilha original “lossless” (quase sem compressão). Com bela distribuição dos canais, envolve em todos os termos, como ambiência, efeitos especiais e detalhes da ótima trilha, apoiando bem a trama. A dublagem acompanha a qualidade, embora tenha uma trilha “comum”, apenas em DD, mas para os ouvidos menos atentos não incomoda. Mas o que fica a dever nesta edição tupiniquim é a qualidade dos extras, os mesmos do DVD, contra vário outros disponíveis em BD da edição americana. Por lá estão disponíveis mais informações sobre os personagens (são 6 contra dois aqui disponíveis), assim como um mais completo detalhamento do aspecto mais técnico (aqui se tem apenas 6 minutos, contra 20 da versão americana). Enfim, para quem gostou (ou não) do filme nos cinemas, a edição em BD por aqui está definitivamente comprometida, seja qual for o motivo. Mesmo assim, vale pelo menos a sua locação. Mas fica a dúvida: “por que os extras são inferiores?”