Crítica sobre o Blu-ray "Imagem Filmes - 114 Min." do filme "Outlander: Guerreiro vs. Predador":

Jorge Saldanha
Outlander: Guerreiro vs. Predador Por Jorge Saldanha
| Data: 21/07/2010
A Imagem vem lançando seus Blu-rays no Brasil de forma irregular, alternando boas edições com outras, para dizer o mínimo, equivocadas. Autorado e replicado no Brasil, para o alto padrão do formato o título peca tecnicamente sob qualquer aspecto – imagem, som e extras. O filme foi rodado digitalmente na proporção de tela 2.35:1, e é nela que ele deveria ser apresentado no Blu-ray. No entanto, a transferência anamórfica 1080p/AVC MPEG-4 possui o aspect ratio 1.78:1, ou seja, foi adaptada ao formato exato das televisões 16:9 a fim de eliminar as tarjas pretas acima e abaixo da imagem. Aparentemente aqui foi utilizada a mesma transfer do medíocre Blu-ray canadense de OUTLANDER, cujos problemas não se limitam a esse. A imagem, nas cenas bem iluminadas, até que não é má: apresenta ótimo contraste e muitos detalhes, e as cores, obedecendo à estética do filme, são frias mas muito estáveis e corretamente reproduzidas. Nas cenas noturnas, as cores emitidas pelo Moorwen são fortes e brilhantes, gerando um efeito bem interessante.

Porém é exatamente nas sequências escuras que surgem as maiores inconsistências da imagem, onde os pretos, longe de serem fortes, nem preto são, estando mais para um cinza azulado que envolve os atores e objetos e prejudica sensivelmente a reprodução de texturas e detalhes finos. Por vezes, mesmo nas cenas claras, notam-se alguns ruídos e problemas de bordas, especialmente na composição de imagens de efeitos visuais – prováveis sintomas da origem modesta da produção. Os pecados deste lançamento prosseguem no quesito som. A faixa original em inglês lossless DTS-HD Master Audio 5.1, provavelmente em razão da utilização aqui de um disco de camada simples (BD-25) foi substituída por uma mixagem comprimida Dolby Digital 5.1. Por mais sorte do que juízo, apesar da faixa lossy ser obviamente inferior ao áudio original lossless, ela é bem decente. Os diálogos são claros, o campo sonoro é detalhado, os efeitos surround são bem ativos e os graves são fortes – destaque para a sequência inicial da queda da nave de Kainan. Também há legendas e dublagem em português, esta apenas Dolby 2.0. Mas tudo isso, aliado à completa ausência de extras, demonstra claramente que a Imagem resolveu cortar os custos de produção neste BD de OUTLANDER, tornando-o um lançamento em alta definição de segunda (ou terceira) linha.